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Mortes pelo coronavírus deixam Brasil R$ 165,8 bilhões mais pobre, aponta pesquisa da FGV

17/05/2021

Até esse domingo (16), a Covid-19 já havia feito mais de 436 mil vítimas fatais somente no Brasil. Para além do drama de cada indivíduo, de cada pessoa que perdeu um familiar, um amigo ou um conhecido, o pesquisador Claudio Considera, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), fez uma tentativa de medir os impactos econômico e social dessas centenas de milhares de mortes.

Os resultados desse levantamento foram publicados numa extensa reportagem da Folha de S.Paulo, no último sábado (15). “Em outras palavras”, resume o jornal, o pesquisador tentou “contabilizar a perda de renda e de suporte financeiro que podem desestruturar famílias e o desperdício de conhecimentos e habilidades profissionais, um conjunto denominado como capital humano”.

Com base em informações do Portal de Transparência do Registro Civil de 13 de março de 2020 (data em que a primeira morte foi notificada) até 30 de abril deste ano, a pesquisa estimou a contribuição que seria dada pelos 398 mil brasileiros que morreram pelo novo coronavírus nesse período.

Desses 398 mil brasileiros, 197,5 mil tinham entre 20 e 69 anos, e 200,5 mil tinham 70 anos ou mais. Assim, segundo os cálculos do pesquisador, “olhando para frente e considerando a expectativa de vida no Brasil, a parcela dos que tinham de 20 a 69 anos vai deixar de gerar R$ 165,8 bilhões em rendimentos para suas famílias”, conta a Folha, e “olhando para trás, nesse período de quase um ano, eles deixaram de gerar R$ 10,1 bilhões”.

Desses R$ 10,1 bilhões, R$ 5,4 bilhões referem-se aos salários de pessoas até 69 anos e R$ 4,7 bilhões referem-se aos rendimentos dos mortos com 70 anos ou mais. A soma equivale a 0,4% da massa de rendimentos, mas corresponde a cerca de um terço do Bolsa Família e a quase um quarto do valor previsto para ser gasto na extensão do auxílio emergencial. Já os R$ 165,8 bilhões equivalem a cinco orçamentos do Bolsa Família e a cerca de quatro vezes o gasto previsto para 2021 com o novo auxílio.

“Comparado a outros problemas de saúde, a perda do Brasil em razão de mortes prematuras provocadas por doenças crônicas, como problemas cardíacos, câncer, derrames e diabetes, foi estimada em cerca de R$ 25 bilhões ao ano pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em valores atualizados”, conta a reportagem.

Já os acidentes de trânsito geram uma perda anual de R$ 132 bilhões, segundo um estudo de 2018 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(Ipea), e as mortes violentas, perda anual da ordem de R$ 170 bilhões.

Perdas imensuráveis

“Não há, porém, como medir as perdas em termos de inovação, criatividade, resiliência para lecionar, espírito público na defesa de causas socioambientais ou de conhecimento para fazer uma reforma jurídica, por exemplo”, destaca a reportagem.

De acordo com o pesquisador Claudio Considera, “se fosse medir realmente o que essas pessoas tinham de conhecimento e o que elas deixam de passar, por terem morrido de forma antecipada, é uma barbaridade”.

“O Brasil vai sentir muito a falta dessas pessoas”, conclui ele, destacando que a perda de capital humano não se limita às questões relacionadas a mortes.

O pesquisador cita um relatório divulgado pelo Banco Mundial em setembro do ano passado (Índice de Capital Humano 2020) afirmando que “a pandemia colocou em risco uma década de avanços na construção do capital humano, entendido como o conhecimento e as habilidades que as pessoas acumulam ao longo de suas vidas e que são fundamentais para desbloquear o potencial e incrementar o crescimento econômico em todos os países”.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, está claro que salvar vidas não é o mesmo que afundar a economia, como prega, por exemplo, o presidente Bolsonaro. Quanto mais vidas forem salvas, menos perdas econômicas terá a sociedade como um todo.

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