A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) descumpriu o combinado com o movimento sindical e não apresentou uma proposta de cartilha de combate ao assédio no ambiente de trabalho voltada à categoria.
Em abril, durante reunião específica sobre saúde bancária, a Fenaban se comprometeu a produzir uma cartilha com informações sobre o que caracteriza o assédio, o que define um ambiente de trabalho saudável e como os trabalhadores podem identificar e reagir a situações de violência organizacional. Contudo, no último dia 30 de junho, quando ocorreu o segundo encontro entre as partes, nada foi apresentado.
De acordo com a representação dos bancos, não houve tempo hábil para a produção do material, mas em uma próxima reunião – ainda sem data prevista – ele será divulgado.
NR-1
Na ocasião, o movimento sindical também exigiu a participação direta na implementação da Norma Regulamentadora (NR-1), que estabelece as regras de Segurança e Saúde do Trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego prorrogou para 25 de maio de 2026 o início da vigência da nova redação da NR-1, que determina que as empresas avaliem e gerenciem os riscos psicossociais, para evitar que seus funcionários sejam acometidos por doenças relacionadas ao trabalho, como: estresse ocupacional crônico, síndrome de burnout, assédio moral, carga mental excessiva, exigência de hiperconectividade, entre outras.
Os bancos já começaram a implementar a NR-1, mas sem a participação do movimento sindical e sem informar como estão sendo feitas as análises de dados e medidas de prevenção.
Importante lembrar que, em 2024, a saúde mental foi a principal causa dos afastamentos na categoria bancária. Segundo levantamento do Dieese, as doenças mentais e comportamentais foram responsáveis por 55,9% dos afastamentos acidentários e por 51,8% dos afastamentos previdenciários. Em segundo lugar ficaram as doenças conhecidas como Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), responsáveis por 20,3% dos afastamentos acidentários e 15,2% dos afastamentos previdenciários.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a demora da Fenaban em produzir a cartilha demonstra a falta de compromisso em estabelecer políticas claras de combate ao assédio moral, sexual e institucional nos bancos. Sem as informações e orientações adequadas e sem a devida implementação da NR-1, os bancários permanecem vulneráveis e novas vítimas serão expostas a situações de violência e desrespeito no ambiente de trabalho.
Atuante
Diferente da postura da Fenaban, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região produziu no ano passado a cartilha “Assédio no setor bancário: O combate deve ser diário!”. O material informativo e educativo foi entregue a todos os trabalhadores da base e está disponível para leitura no site da entidade. Confira aqui!