Um estudo encomendado pelo G20 revelou que se 3 mil bilionários do mundo fossem taxados em 2%, uma renda extra de US$ 250 bilhões (cerca de R$ 1,35 trilhão, na cotação atual) seria gerada anualmente aos cofres públicos, diminuindo consideravelmente a desigualdade.
Apesar de representar, na maioria dos países, apenas 0,0001% da população, juntos, esses bilionários controlam US$ 14,2 trilhões.
Bilionários no Brasil
No Brasil, cerca de 50 pessoas se encaixariam nesse padrão de patrimônio. Segundo a lista anual de bilionários da Forbes em 2025, há 56 bilionários no país. Atualmente, o cofundador do Facebook Eduardo Saverin é o brasileiro mais rico, com fortuna de US$ 34,5 bilhões. Pelo ranking geral, ele é o 51º mais rico do mundo.
O setor financeiro é o responsável pelo maior número de bilionários na lista, com 12 pessoas. A segunda posição ficou com Vicky Safra, herdeira do fundador do Banco Safra, com fortuna de US$ 20,7 bilhões. No ranking geral da Forbes, ela ocupa a 98ª posição. Herdeiros do Itaú e fundadores da XP e do Nubank também integram a lista.
Proposta inicial
Neste mês, o G20 irá se reunir para tentar fazer avançar a proposta de taxação. Inicialmente, a ideia é de começar apenas com impostos sobre as 3 mil pessoas com uma fortuna acima de US$ 1 bilhão. Os impostos só teriam que ser pagos por bilionários que ainda não pagam o equivalente a 2% de seu patrimônio em imposto de renda. Sendo assim, o imposto seria aplicado sobre o patrimônio, e não sobre a renda.
O G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) já indicou que está disposto a trabalhar com a ideia. Os governos da Espanha, Bélgica e França declararam de forma explícita seu apoio à nova taxação.
O estudo evidencia que não existe qualquer risco da taxação afetar a classe média ou a grande maioria dos empresários quem tenha tido êxito em seus negócios. No mundo, de cada 1 milhão de famílias, apenas uma estaria dentro deste critério.
Taxação BBB
Em busca de justiça fiscal, o governo Lula lançou uma campanha em defesa da taxação de bilionários, bancos e casas de apostas, denominada de “taxação BBB”. A campanha tem como foco ampliar a pressão popular sobre o Congresso, diante da forte resistência dos parlamentares.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a taxação dos super-ricos não é apenas uma questão econômica, mas sim uma medida moral e social. É inaceitável que os super-ricos sigam intocáveis, protegidos por um sistema tributário retrógrado e por um Congresso vendido, enquanto a classe trabalhadora, especialmente os mais pobres, pagam mais impostos.