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Em 10 anos, mais de 42 mil bancários se afastaram por doenças e acidentes de trabalho

09/08/2022

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Uma pesquisa do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho – uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) – apontou que 42.138 bancários tiveram o direito ao benefício acidentário reconhecido pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por conta de doenças e acidentes relacionados ao trabalho, de 2012 a 2021.

No mesmo período, 156.670 bancários tiveram reconhecido o afastamento por doença comum, sendo que cerca de 54% destes benefícios, no entanto, referem-se às doenças características do trabalho bancário, como transtornos mentais e LER/Dort. Sendo assim, o que foi reconhecido como acidentário pelo INSS não condiz com a realidade, já que o adoecimento ocupacional é muito maior do que o efetivamente reconhecido.

Adoecimento mental

Desde 2013, transtornos mentais e comportamentais passaram a ser a principal causa de afastamentos na categoria bancária. De 2012 a 2021, eles  foram responsáveis por 5% dos afastamentos por acidentes de trabalho (auxílio previdenciário B-91), e 10% dos afastamentos por doenças comuns (B-31), nos Grupos Econômicos em Geral (conjunto total dos trabalhadores brasileiros).

Porém, no mesmo período, em todo setor econômico (bancos e as financeiras), os transtornos mentais representaram 39% dos afastamentos por acidentes/doenças do trabalho e 29% dos afastamentos não reconhecidos como acidente ou doença do trabalho.

Segundo o Observatório, as despesas do INSS com afastamentos no setor bancário no Brasil, de 2012 a 2017, somaram 776,8 milhões, 5,73% do total.

Acidentes de trabalho

Também nos últimos dez anos, 22.954 pessoas morreram em acidentes de trabalho no Brasil. Entre 2012 e 2021, foram registradas 6,2 milhões de Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs), e o INSS concedeu 2,5 milhões de benefícios previdenciários acidentários, incluindo auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente. No mesmo período, o gasto previdenciário ultrapassou os R$ 120 bilhões somente com despesas acidentárias.

Vale lembrar que o governo Bolsonaro revisou as normas regulamentadoras em julho de 2019, resultando na simplificação da fiscalização e na diminuição da segurança no trabalho. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), a medida promoveu retrocesso social.

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região relembra que mesmo com tantos dados que comprovam o agravamento do adoecimento da categoria ao longo de uma década, os bancos se negam a assumir a culpa da situação. No dia 1º de agosto, durante mesa de negociação entre o movimento sindical e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) sobre Saúde e Condições de Trabalho da categoria, os bancos insistiram que não se pode afirmar que o adoecimento da categoria está ligado a pressão por metas abusivas e assédio moral. Absurdo! Veja aqui.

(Na foto, protesto realizado pelo Sindicato, retratando a luta dos bancários contra os banqueiros e o adoecimento da categoria)

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