As negociações entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e a Contraf-CUT realizadas na segunda-feira (29) terminaram somente às 4 horas da madrugada de hoje. Depois de mais de 15 horas de enrolação e descaso com a categoria, os bancos ofereceram mais um reajuste salarial rebaixado: 6,69%.
Além desse índice, a Fenaban propôs aumento de 9,8% nos vales alimentação e refeição. Já a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) seria reajustada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Diante disso, o Comando Nacional convocou assembleias para quarta-feira (31), para que os bancários decidam os próximos passos da categoria.
Ameaças
No dia 31 de agosto a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria irá vencer. Infelizmente, a deliberação sobre a proposta da Fenaban precisa ser discutida até este dia, senão, os direitos garantidos no acordo vigente dos bancários estarão em risco, já que o princípio da ultratividade, que garantia a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e da CCT vencidos até a fixação de novo, foi vetado pela reforma trabalhista de Temer e também por Bolsonaro durante a pandemia de coronavírus. O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região produziu em seu canal do Youtube um vídeo explicativo sobre ultratividade, veja aqui.
A Caixa Econômica Federal já está enviando um comunicado para os funcionários, via e-mail, “lembrando” que o fim dos direitos adquiridos está próximo. A ameaça também foi feita pelo Banco do Nordeste, que de maneira impetuosa, não creditou o valor do VA e VR aos seus empregados.
O Sindicato de Bauru segue realizando assembleias diárias em sua sede, às 18h, para deliberar o reajuste vergonhoso proposto pela Fenaban. Paulo Tonon, diretor da entidade, comentou sobre a situação atual da campanha salarial da categoria neste vídeo, assista: https://youtu.be/FLvt4ZGJaB8