Na terça-feira (18), a Bloomberg, uma das maiores agências de notícias econômicas do mundo, divulgou uma reportagem denunciando a estratégia adotada pelo Santander de acelerar a volta do trabalho em seus departamentos durante a pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a agência de notícias, a medida, que não está sendo adotada em outros bancos brasileiros e em nenhum lugar do mundo, coloca os funcionários e a população em risco. “Em um país onde o número de infecções causadas pela covid-19 aumentou em 1 milhão apenas no mês passado, um dos seus maiores bancos promove retorno em massa ao escritório”, informa Bloomberg.

Segundo a denúncia, cerca de 60% dos funcionários administrativos do Santander Brasil retomaram o trabalho in loco, enquanto seus concorrentes no país mantiveram a maioria dos funcionários de escritório em casa. A reportagem também mostra o posicionamento de bancos dos EUA, que afirmam ser prematuro o retorno ao trabalho nas agências.

“A maioria dos grandes bancos dos EUA tem afirmado a investidores que ainda é muito cedo para oferecer um cronograma detalhado para retorno ao escritório. O Citigroup disse que é provável que menos da metade da força de trabalho retorne antes que uma vacina contra o coronavírus seja desenvolvida, enquanto o Bank of America tem menos de 15% dos funcionários trabalhando em escritórios”, diz um trecho do texto.

A agência de notícias também destaca a diferença de postura do Santander Brasil em comparação com os outros bancos do país. O Itaú, informou que 97% de seus colaboradores da administração central, centrais de atendimento e agências digitais trabalham de forma remota. São 55 mil trabalhadores habilitados para home office, segundo uma apresentação de resultados. Além disso, o banco anunciou na semana passada que adiará o retorno aos escritórios até janeiro de 2021.  Já o Bradesco, mantém 94% dos funcionários da matriz e demais departamentos administrativos trabalhando remotamente.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, essa denúncia da Bloomberg é de extrema importância na luta contra os ataques do Santander durante esse período crítico da pandemia, pois reforça o que há meses a entidade tem denunciado: as atitudes irresponsáveis e desrespeitosas do banco, como as demissões e exposição dos bancários ao risco de contágio por coronavírus.

No dia 18, o Sindicato recebeu denúncias de que o Santander começou a exigir que os empregados saiam às ruas para vender as máquinas de cartão Getnet. A meta imposta pelo banco é que sejam vendidas três máquinas a cada dois dias, no raio de um quilômetro das agências. Absurdo! A entidade repudia essa exigência do banco, que coloca em risco a saúde dos trabalhadores e até mesmo da população, e planeja uma ação judicial contra o Santander.

CHEGA DE EXPLORAÇÃO E DE DESRESPEITO, SANTANDER!