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Sindicato dos Bancários e Financiários
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Santander assina acordo de teletrabalho na Espanha

03/03/2021

Bancos: Santander

Foto: Antonio Heredia/ Bloomberg News

Enquanto o Santander se recusa a negociar sobre o acordo de teletrabalho no Brasil, o banco assinou na Espanha, um acordo que prevê a manutenção dos empregos dos bancários espanhóis – inclusive em casos de reestruturação da instituição – e a garantia de direitos aos trabalhadores que atuam em home office.

O acordo também prevê que o as agências priorizem as contratações estáveis “para a cobertura de necessidade de serviços estruturais e recorrentes, limitando a contratação temporária ao estritamente necessário”.

Outro ponto de destaque do acordo é a abertura de canais de negociação com os representantes dos trabalhadores, com informações periódicas, “ao menos trimestralmente”, sobre emprego e possíveis modificações organizativas.

No atual contexto econômico, ambas as parte concordam que é uma prioridade a defesa do emprego no setor, pelo que se comprometem a trabalhar com o fim de manter a maior estabilidade possível dos postos de trabalho, promovendo a negociação de medidas alternativas à extinção de contratos. (…) Se durante a vigência deste acordo seja necessário adotar processo de reordenação ou reestruturação, as partes concordam em promover a negociação das medidas a serem adotadas”, diz o texto firmado na Espanha.

Home office

O acordo espanhol estabelece isonomia de direitos entre trabalhadores presenciais e os que estão em regime de trabalho remoto, inclusive o direito de participação e elegibilidade nas eleições para qualquer instância representativa dos trabalhadores. Além disso, prevê:

  • que o trabalho à distância seja voluntário;
  • que a empresa forneça equipamentos como computador, celular com dados de internet e cadeira ergonômica;
  • ajuda de custo;
  • possibilidade de comunicação entre o trabalhador e sua representação sindical, de maneira livre e sem nenhum tipo de filtro ou trava”;
  • medidas de prevenção e proteção à saúde do trabalhador em home office;
  • a manutenção do vínculo presencial com a unidade de trabalho e a empresa com o objetivo de evitar o isolamento;
  • a garantia, por meios atuais e futuros, de recebimento das informações sindicais;
  • registro de jornada, por sistema “objetivo, confiável e acessível, assim como plenamente compatível com as políticas internas orientadas a facilitar a conciliação da vida pessoal, familiar e laboral”.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, esse acordo que beneficia apenas os bancários espanhóis poderia servir de espelho para as negociações no Brasil. Contudo, aqui, a história é completamente diferente. Desde o início da pandemia de coronavírus, o banco tem promovido demissões em massa e recusa-se a negociar com o movimento sindical um acordo de trabalho coletivo prevendo direitos como esses para os funcionários em home office.

Apesar do Brasil responder por 30% do lucro global da instituição, os bancários brasileiros são constantemente desvalorizados pelo banco que extinguiu 3.220 postos de trabalho no ano passado, sendo 2.593 entre abril e dezembro, em plena crescente da pandemia no país.

Vale lembrar que dos três maiores bancos privados do país, o Santander foi o único que não fechou acordo coletivo para regulamentar o teletrabalho. Inaceitável!

Mesmo com a indiferença do banco, o Sindicato não irá desistir e continuará na luta pela garantia do emprego dos funcionários durante a pandemia e pelos direitos dos trabalhadores em home office.

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