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Retaliação: Mais de 100 funcionários da Caixa são transferidos da matriz em Brasília para agências bancárias

21/07/2022

Bancos: Caixa Econômica Federal

O Ministério Público do Trabalho (MPT) está investigando a Caixa Econômica Federal após dezenas de ex-dirigentes serem transferidos de Brasília para agências bancárias entre o final de 2020 e o começo de 2021.

Os ex-dirigentes, que recebiam salários de até R$ 45 mil, passaram a dividir as mesmas funções com bancários recém-ingressados no banco, que ganham cerca de R$ 3 mil. Como os servidores exerceram os cargos anteriores por mais de dez anos, eles incorporaram os salários mais altos, mesmo desempenhando agora outras atividades.

Em documento enviado ao MPT, a Caixa afirma que, só em Brasília, 123 funcionários foram transferidos da matriz para agências bancárias em um intervalo de 90 dias. Contudo, o movimento sindical diz que o contingente de transferidos é maior. Em fevereiro, o inquérito foi prorrogado por mais um ano.

Retaliação

De acordo com funcionários ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo, eles foram alvo de retaliação por terem ocupado altos cargos nos governos petistas ou por terem tido atritos com a gestão do ex-presidente da instituição Pedro Guimarães.

A Contraf-CUT e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal apontaram ao MPT que as transferências foram feitas subitamente, com “critérios discriminatórios” e falta de transparência. Além disso, a Caixa também quis forçar os funcionários mais antigos a deixar a empresa por meio do programa de desligamento voluntário.

Um funcionário, que teve a identidade mantida em sigilo por medo de retaliação, relatou ao jornal que está na Caixa há mais de 30 anos e chegou ao cargo de diretor-executivo, mas atua hoje em uma agência bancária no atendimento ao público, mesma atividade que ele exercia em 1989, quando ingressou na instituição. Mesmo no cargo mais baixo da agência, o funcionário ganha cerca de R$ 38 mil por mês.

O servidor conta que fez diversos cursos e certificações pagos pela Caixa, além de uma pós-graduação na área em que atuava. Para ele, na gestão de Jair Bolsonaro os ex-dirigentes estão sendo humilhados, enquanto em governos anteriores, eram aproveitados em ministérios ou em superintendências do banco.

Já um ex-superintendente nacional da Caixa, que foi transferido para uma agência bancária após uma série de confrontos com Pedro Guimarães, relatou que foi alocado no atendimento ao público, com jornada de seis horas por dia, recebendo cerca de R$ 45 mil por mês.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a desqualificação desses funcionários de alto escalão pela Caixa é punitiva. Típica atitude do governo Bolsonaro e da finada gestão Pedro Guimarães, onde a perseguição aos trabalhadores é institucionalizada.

 

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