No último dia 1º de Maio, Dia do Trabalho, o movimento sindical promoveu uma série de atos em todo o país reivindicando melhorias para a qualidade de vida de toda a classe trabalhadora brasileira.
Uma das prioridades destacadas pelos participantes das atividades é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. O governo atual do presidente Lula já enviou um projeto de lei com a medida para análise do Congresso. Segundo a proposta, quem recebe mensalmente até R$ 7 mil também teria descontos.
A previsão é que, caso seja aprovado, o projeto isente 54 mil bancários do pagamento do IR. Além deles, outros 68 mil integrantes da categoria bancária iriam receber descontos nos valores a serem pagos para a Receita Federal. De acordo com o texto da proposta, no total, 26 milhões de brasileiros ficariam isentos do IR com sua aprovação. De modo indireto, os recursos que deixariam de ir para os cofres públicos federais passariam a circular pela economia do país, promovendo impactos positivos para todos os setores da sociedade.
Fim da escala 6×1
Outro tema tratado como fundamental pelos trabalhadores foi a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial. Ou seja, o fim da escala 6×1. A iniciativa, que tem ganhado cada vez mais adeptos nas redes sociais e gerado debate na mídia, visa promover a saúde dos trabalhadores e alavancar a geração de empregos no Brasil.
Caso a mudança seja implementada, a expectativa é que haja uma redução do número de adoecimentos por conta do excesso de trabalho, o que beneficiaria não só a classe bancária, mas todas as demais categorias profissionais.
Uma pesquisa recente da Unicamp (Universidade de Campinas), em conjunto com o Centro de Estudos sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), já aponta que o país estaria preparado para adotar uma escala de trabalho ainda mais ousada, de 4×3. Com quatro dias trabalhados e três de descanso por semana, totalizando 36 horas semanais de labor.
A proposta serviria também para combater o recorde de afastamentos por saúde mental registrado em 2024, quando 470 mil brasileiros adoeceram por conta do excesso de trabalho ou falta de condições adequadas para exercer sua profissão com dignidade. O número é o maior dos últimos dez anos e mostra uma tendência de crescimento dos afastamentos que precisa ser contida.
