Após dez meses de enrolação, a Caixa Econômica Federal encerrou, enfim, as negociações sobre questões específicas de caixas e tesoureiros, no dia 28. O imbróglio da negociação teve início na campanha salarial da categoria do ano passado, quando o banco propôs um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) repleto de cláusulas prejudiciais aos trabalhadores.
De acordo com a CEF, o quadro atual dos caixas e tesoureiros executivos não será alterado. A instituição se comprometeu a convocar uma negociação com a representação dos trabalhadores, caso pretenda realizar alguma mudança nesse sentido.
Na proposta de 2024, o banco pretendia retirar direitos dos funcionários em troca de 500 nomeações efetivas – posteriormente, esse número aumentou para 750 – sem sequer garantir a manutenção destas funções por pelo menos um ano. Além disso, na época, a CEF se recusou a informar ao movimento sindical o número de caixas e tesoureiros executivos que exercem as funções por minuto, impossibilitando afirmar que seria o fim da atividade.
Boato sobre reestruturação
No início do mês, os funcionários da Caixa foram surpreendidos por boatos sobre uma possível reestruturação das funções de caixa e tesoureiro executivos (CAEX e TEX). Como as informações não foram divulgadas oficialmente pelo banco, o movimento sindical, por meio do Contraf-CUT, enviou no dia 15, um ofício à Caixa questionando a veracidade do boato.
As informações que circulavam entre os trabalhadores é de que caixas e tesoureiros estavam sendo convocados para uma “Ação consultiva-ReprogAME Sua Trajetória”, que, supostamente, seria um treinamento presencial para empregados (indicados por seus gestores) que queiram reconsiderar os rumos de sua carreira. Rumores de que os tesoureiros passariam a atuar como gerentes de operações, além de novos nomes dos cargos e os locais em que os caixas passariam a ser assistentes também foram ventilados.
Ao que tudo indica, principalmente com o fim da negociação, essas informações não passam de boatos.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região segue vigilante quanto a postura da Caixa e espera que o banco honre o compromisso de não efetuar qualquer mudança nas funções. Apesar da campanha salarial de 2024 ter sido enterrada pela Contraf-CUT, que se acovardou diante dos ataques dos banqueiros, os empregados da CEF lutaram até o fim pela rejeição da proposta prejudicial.