A votação do Conselheiro de Administração Representante dos Funcionários (Caref) do Banco do Brasil começou na última quarta-feira (2) e irá se encerrar no dia 8. É comum os bancários terem dúvidas sobre qual a real função do Caref no BB. Por isso, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região coloca em debate se esse cargo é realmente útil ao funcionalismo, ou não.
O Conselho é formado por 8 pessoas, sendo 4 conselheiros indicados pelo Ministério da Fazenda, 1 indicado pelo Planejamento, 2 indicados pelos acionistas minoritários e o Caref eleito pelos funcionários. Sendo assim, em caso de votação, o representante dos funcionários tem direito a apenas 1 voto contra 7 do governo e da direção da empresa.
Na nova regra, só podem se candidatar ao Caref, funcionários que tenham o cargo de gerentes ou superiores.
Além disso, o representante dos funcionários está proibido por lei (Nº 12.353) de participar de decisões que se refiram a relações com funcionários, como remunerações, benefícios, previdência, condições de trabalho, etc. Ou seja, na prática, o representante dos funcionários não pode representar os funcionários.
Para completar, o Caref do BB, como qualquer integrante do Conselho, também está proibido (por lei) de divulgar informações que afetem o mercado de ações, já que se trata de uma empresa de economia mista com ações negociadas em Bolsa. Ou seja, o representante terá um cargo, mas repleto de limitações para atuar na defesa dos bancários.
Portanto, para o Sindicato a existência do Caref no Conselho do BB é quase que teatral já que, democraticamente, ele não pode atuar plenamente e impedir decisões que afetam os trabalhadores do banco em seu cotidiano, como por exemplo, nas reestruturações.
Nesta eleição do Caref, observa-se que diversas inscrições para o cargo foram de pessoas que nunca tiveram qualquer compromisso com os bancários. Isso ocorre devido a insegurança sobre o futuro do banco. É preciso estar atento aos oportunistas.