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FORA! Após ser denunciado por assediar sexualmente funcionárias da Caixa, Pedro Guimarães, presidente do banco, pede demissão

30/06/2022

Bancos: Caixa Econômica Federal

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, está sendo acusado de assédio sexual por várias funcionárias do banco, que servem diretamente ao gabinete da presidência. A denúncia, apurada desde o ano passado pelo site Metrópoles, foi divulgada no dia 28. Um dia depois, diante da grande repercussão nacional, Guimarães entregou pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a reportagem exclusiva, no fim de 2021, um grupo de empregadas que trabalham ou trabalharam em equipes diretamente ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, decidiram romper o silêncio e denunciar ao Ministério Público Federal o assédio a que vinham sendo submetidas. Desde então, o MPF trabalha nas investigações em sigilo.

Na condição de anonimato, cinco das vítimas relataram os abusos ao site: toques íntimos sem consentimentos; falas e abordagens inconvenientes e convites incomuns e desrespeitosos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o presidente do maior banco público brasileiro e funcionárias sob seu comando.

Várias dessas denúncias estão relacionadas a viagens realizadas por Pedro Guimarães em atividades do programa Caixa Mais Brasil. O programa acumula, desde 2019, mais de 140 viagens a cidades de todas as regiões, a maioria aos finais de semana.

Relatos

“É comum ele pegar na cintura, pegar no pescoço. Já aconteceu comigo e com várias colegas”, diz uma das funcionárias. “Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele.”

De acordo com o Metrópoles, a reportagem teve acesso a registros que corroboram o relato, mas optou por não exibi-los para não expor a funcionária envolvida.

Diante de negativas das funcionárias, o presidente da Caixa insiste: “Ele já tentou várias vezes avançar o sinal comigo. É uma pessoa que não sabe escutar não”. “Quando escuta, vira a cara e passa a ignorar. Quando me encontrava, nem me cumprimentava mais”, declara.

As funcionárias denunciam ainda que a escolha das mulheres que integram a comitiva nas viagens do programa Caixa Mais Brasil é feita diretamente pelo gabinete dele. E o critério da seleção é definido de acordo com as preferências de Guimarães: “Tem um padrão. Mulher bonita é sempre escolhida para viajar”. “Ele convida para as viagens as mulheres que acha interessantes”, afirma uma delas.

Entre os relatos há também convites de Guimarães para as funcionárias irem à piscina ou à sauna na companhia dele nos horários de folga na agenda, e convocação para irem ao quarto dele para que levassem itens dos quais estava precisando com suposta urgência: remédio, carregador de celular. Neste caso, ao chegar no quarto, o constrangimento acontecia. “Ele falou assim: ‘Vai lá, toma um banho e vem aqui depois para a gente conversar sobre sua carreira’, afirma.

Em outra ocasião, ao atender o chamado, a funcionária encontrou Guimarães de samba-canção: “Ele abriu a porta com um short, parecia que estava sem cueca. Não estava decente. A sensação que tinha era que estava sem (cueca). Muito ruim a sensação”.

Uma delas recebeu até mesmo beliscões do presidente do banco. Outra, teve que ouvir uma proposta indecente, feita por uma pessoa bem próxima a Guimarães: “E se o presidente quiser transar com você?”.

Durante um evento em uma viagem ao Nordeste, Guimarães queria que uma funcionária guardasse um cartão e o telefone celular dele, foi então que o abuso aconteceu.  “Ele veio com o cartão de acesso do quarto e o celular, querendo que eu guardasse. Eu falei: ‘Presidente, minha mão está ocupada”. “Ele veio e enfiou o celular e o cartão no meu bolso e falou: ‘Eu vou botar aí na frente’.

“Ele passou a mão em mim. Foi um absurdo. Ele apertou minha bunda. Literalmente isso”, declara, chorando, uma das funcionárias.  “Nunca precisei disso na minha vida para ganhar cargo. Prefiro até não ter cargo, mas nunca precisei disso.”

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região repudia veemente a violência sexual praticada por Pedro Guimarães. A entidade relembra que essa postura de assediador de Pedro não é novidade, já que ele foi demitido do Santander, após ter tentado beijar à força, na presença de várias pessoas, uma colega de trabalho que seria sua subordinada. De acordo com denúncias, a mulher inclusive teria ficado com ferimentos por resistir ao abuso.

Pedro Guimarães, amigo protegido de Bolsonaro, entrou para história como o pior presidente da Caixa: dezenas de casos de assédio sexual e moral; desvalorização do banco público; desvalorização dos empregados; venda de ativos e juros altos. Já vai tarde! Justiça às funcionárias vítimas de Guimarães!

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