A prefeita de Bauru, Suéllen Rosim, participou do UOL Entrevista nessa quarta-feira (24). Na ocasião, voltou a criticar as restrições impostas pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria, na tentativa de frear a disseminação do coronavírus. Para ela, o lockdown não é uma solução para a pandemia:
“Estou há semanas presa em um decreto em fase vermelha porque a justiça me obrigou. Não tivemos espaço para mostrar que essa história de lockdown funciona? Não funciona. Vai diminuir o número de casos? Não diminuiu nas cidades que seguiram.”
E completou: “[O lockdown] Não funcionaria em Bauru. Araraquara é prova disso. Os casos diminuíram, mas o número de mortes segue subindo. É um novo quadro com essas cepas. Não tenho dificuldade em tratar a realidade. Eu não sou negacionista, sou realista”.
De acordo com o UOL, no entanto, os dados disponíveis contradizem a prefeita de Bauru: “Casos, mortes e internações estão em queda em Araraquara, cidade que decretou lockdown em 21 de fevereiro. E as duas cidades estão em ritmos contrários na pandemia. Em Bauru, houve aumento de 34% no número de mortes na variação semanal. Já Araraquara, teve queda de 37% na média móvel no mesmo período.”
Além disso, segundo o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, “a média móvel (de casos) caiu 53%, as internações caíram 30%”. Assim, o lockdown de pouco mais de uma semana teve efeito no sistema de saúde da cidade e ajudou a encerrar a fila por internações em casos de Covid-19.
Enquanto isso, em Bauru já não há mais nenhum leito de UTI disponível, nem mesmo na rede particular. Nessa quinta-feira (25), o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região teve notícia de um funcionário do Banco do Brasil que, com 75% do pulmão comprometido, precisou de UTI e a Cassi (operadora de saúde do BB) teve de enviá-lo para Campinas, por falta de leito em Bauru.
Major Olímpio
Suéllen presta um desserviço à população há muito tempo. Em 12 de fevereiro, por exemplo, ela participou de um protesto em Bauru contra as medidas de João Doria para restringir as atividades no estado. Desse protesto participaram também o dono da Havan, Luciano Hang, e o senador Major Olímpio, que morreu no último dia 18 em decorrência da Covid-19. Ele recebeu o diagnóstico da doença em 2 de março, tendo sido internado no mesmo dia.
Sindicato a favor do lockdown
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região é a favor do lockdown para frear o contágio pelo coronavírus. Nessa quarta-feira (24), inclusive, a entidade promoveu uma carreata para exigir o fechamento de todos os estabelecimentos comerciais e o pagamento de um auxílio emergencial digno, além de prioridade para os bancários na fila da vacinação.
Situação dos bancos em Bauru
Nesta semana, o Sindicato foi informado de novos casos de contaminação pelo coronavírus em duas agências de Bauru: a Rui Barbosa, do Bradesco, e a Vista Alegre, da Caixa Econômica Federal.
Devido à falta de um decreto por parte da prefeita Suéllen Rosim, os bancos estão tendo de organizar seus próprios horários de atendimento, diferentes entre si. O Bradesco, por exemplo, está funcionando das 10h às 14h, e a Caixa, das 8h às 13h.
Quanto ao BB, as agências Praça Rui Barbosa e Bela Vista, em Bauru, e as agências dos municípios de Agudos e Piratininga vão funcionar das 9h às 14h, e as demais, das 10h às 14h.
Já o Santander informou que está colocando em home office durante uma semana os funcionários das agências Praça Portugal e 4556 (na esquina das ruas Rio Branco e Presidente Kennedy). O horário de funcionamento das demais é das 10h às 14h.
