Uma bancária da Caixa Econômica Federal denunciou ter sofrido racismo de uma cliente, dentro da agência Boa Vista, no Recife. A cliente, que atua como advogada, proferiu comentários ofensivos e discriminatórios sobre o cabelo da trabalhadora.

O crime aconteceu no dia 29 de junho. A vítima, Cibele Lopes, registou Boletim de Ocorrência na Central de Flagrantes e teve como testemunhas os colegas de banco e o cliente que ela estava atendendo, quando sofreu o ato racista.

“Essa situação é algo que se repete, não é um fato isolado. Não especificamente sobre o meu cabelo, mas como eu sou uma mulher negra, muitas vezes as pessoas não acham que eu sou gerente ou empregada da Caixa. Por isso, faço questão de usar sempre o crachá. Já deixei passar outras vezes, mas agora não. Desta vez, eu decidi denunciar para que a pessoa pague pelo que ela falou. Chamei a polícia, a viatura chegou rapidamente na agência e ela foi autuada e detida. Eu tive apoio das pessoas que estavam ao meu redor, que falaram para essa pessoa que isso é racismo. O apoio dos colegas da agência foi o que me fez dizer ‘não, não vou me calar desta vez’”, relatou Cibele.

“Muita gente escuta essas ofensas e acredita no que essas pessoas dizem. Eu nunca acreditei que eu não poderia por conta da minha cor. Acho que agora ela vai pensar duas vezes antes de ofender qualquer pessoa”, completou.

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região manifesta apoio e solidariedade à Cibele Lopes. Lutar contra o racismo é fazer justiça!

Foi vítima? Saiba o que fazer

• Se o crime está acontecendo, ligue para a Política Militar (190). Se puder, reúna as testemunhas que estavam no momento, e aguarde a polícia chegar.
• Caso o crime já tenha acontecido, registre queixa na delegacia e diga ao policial civil que você quer que o agressor seja processado.
• Se o agente policial registrar a denúncia como um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), a vítima pode insistir que o crime não é de menor potencial ofensivo e que deve ser investigado por meio de inquérito.
• Quando não há apenas uma vítima, ou seja, quando o crime atingir toda a coletividade, procure o Ministério Público e faça uma denúncia.