Bolsonaro não conseguiu sustentar sua decisão eleitoreira de cortar parte do orçamento do programa Farmácia Popular e transferir esse montante ao orçamento secreto, esquema por meio do qual o governo destina emendas parlamentares, sem transparência, para sustentar sua base de apoio no Congresso. Após grande repercussão negativa, o presidente recuou da medida.
O projeto de Orçamento para 2023 enviado em agosto pelo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso previa corte de 59% dos recursos do programa Farmácia Popular, que fornece medicamentos gratuitamente para a população de baixa renda. Ao todo, Bolsonaro tiraria do povo o direito de adquirir 13 tipos diferentes tipos de remédios para diabetes, hipertensão e asma. Além disso, fraldas geriátricas também sofreriam corte. Irresponsável!
A verba para os medicamentos gratuitos caiu de R$ 2,04 bilhões no orçamento de 2022 para R$ 804 milhões no projeto de 2023. Um corte de R$ 1,2 bilhão.
Recuo
Diante da repercussão negativa e temendo efeito eleitoral a menos de 20 dias da eleição, Bolsonaro pediu para a Economia e Saúde reverterem a decisão e reprogramar o orçamento. Segundo Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil, se não for possível reverter o corte neste ano, a questão será resolvida no ano que vem.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, se os estrategistas da campanha de Bolsonaro não tivessem alertado o presidente do perigo em perder eleitores após esse corte perverso, jamais ele voltaria atrás em sua decisão. A insensibilidade de Bolsonaro é uma de suas características que mais marcaram seu mandato. Fora!