Ontem (1), o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi eleito em primeiro turno, presidente do Senado e do Congresso Nacional pelos próximos dois anos, e o deputado Arthur Lira (PP-AL) foi eleito também em 1º turno – com apoio de mais da metade dos deputados – para presidir a Câmara pelo mesmo período. Ambos eram candidatos às cadeiras apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Pacheco recebeu 57 votos e Simone Tebet (MDB-MS), 21. A eleição do senador teve apoio também do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Os partidos PSD, PP, PT, DEM, PDT, PROS, PL, Republicanos, Rede, PSC e parte do MDB e do PSDB, declararam voto em apoio a candidatura de Pacheco.
Lira
Arthur Lira, eleito para presidir a Câmara dos Deputados, recebeu 302 votos, mais que o dobro do segundo colocado, Baleia Rossi (145 votos) e mais que a metade dos 505 votantes. O deputado recebeu apoio de 11 partidos: PP, PL, PSD, Republicanos, Avante, PROS, Patriota, PSC, PTB, PSL e Podemos.
Logo após ter sido eleito presidente da Câmara, Lira anulou a votação para os demais cargos da Mesa Diretora (primeiro-vice-presidente; segundo-vice-presidente; primeiro-secretário; segundo-secretário; terceiro-secretário; quarto-secretário; e quatro suplentes de secretários) e determinou a realização de uma nova eleição para a escolha de seus integrantes.
Em reunião nesta antes da eleição, o bloco partidário de Lira, e o bloco de Rossi, acertaram entre si a divisão dos cargos na mesa, respeitando a proporcionalidade. Os maior bloco teria direito a escolher primeiro os cargos de sua preferência e apenas candidatos desse bloco ou partido poderiam se candidatar para a cadeira. No entanto, após divergências, ao assumir, Arthur Lira anulou a eleição para cargos da mesa e determinou à Secretaria-Geral um novo cálculo de proporcionalidade, sem considerar o bloco de Baleia Rossi, marcando uma nova eleição para esses cargos para esta terça-feira (2).
Após essa atitude do novo presidente da Câmara, os partidos que apoiavam Baleia Rossi afirmaram que o ato de Lira foi ilegal e autoritário e decidiram mover uma ação contra a decisão no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, Arthur Lira já pressagiou através de suas decisões, em apenas alguns minutos, como será seu mandato: favorecendo aliados, alimentando desavenças, atacando a democracia e tomando atitudes parciais. Um posicionamento completamente questionável e digno de apoio do presidente Bolsonaro.
A vitória do senador Rodrigo Pacheco e do deputado Arthur Lira é de grande importância para o “padrinho” Bolsonaro. Do presidente do Senado, dentre diversos pontos importantes a serem discutidos, as análises das reformas tributária e administrativa estão em suas mãos. Do presidente da Câmara, estão os pedidos de impeachment de Bolsonaro. Discussões de grande importância para a sociedade e que podem ser travadas pelos eleitos.
Diante da conjuntura atual, onde milhares de brasileiros estão insatisfeitos com o desgoverno e já estão nas ruas realizando carreatas pedindo “Fora, Bolsonaro!”, a escolha desses representantes pode colocar ainda mais em risco o rumo do país.
