O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou em caráter de urgência, no dia 5, a abertura de uma auditoria na Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) para averiguar prejuízo de cerca de R$ 14 bilhões no Plano 1, referente ao período de janeiro a novembro de 2024
De acordo com o ministro Walton Alencar Rodrigues, que requisitou a medida, o prejuízo está “em total discrepância com o acumulado de R$ 5,5 bilhões em 2023”. Sobre os investimentos, houve rendimento de só 1,58% no ano passado. “O fato é seríssimo, elevando os riscos dos segurados do Banco do Brasil. Comparativamente aos anos anteriores, foi pífio o desempenho atual dos planos da Previ. No ano passado, o desempenho foi substancialmente menor para quase todas as classes de investimento, renda fixa, renda variável, ativos, imobiliários e investimentos estruturados”, declarou Alencar na sessão plenária do TCU.
O magistrado também indicou que há falhas na gestão da entidade. O levantamento de informações será realizado pela Secretaria Geral de Controle Externo (Segecex), área-fim do TCU.
São participantes do Plano 1 aqueles que detinham a condição de associado da Previ em 24/12/1997 e aqueles que, desligados anteriormente, optaram por permanecer no plano.
Nota da Previ
Após a determinação de auditoria, a Previ emitiu uma nota alegando que os planos estão em equilíbrio e que não há risco de equacionamento. “Em respeito aos associados, a Previ esclarece que embora o ano de 2024 tenha apresentado grande volatilidade, os planos continuam em equilíbrio — muito por conta do bom resultado de 2023, também construído pela atual gestão. Não há, portanto, nenhum risco de equacionamento, nem de pagamento de contribuições extraordinárias pelos associados ou pelo Banco do Brasil”, defendeu.
Também afirmou que houve “erro de entendimento” sobre o prejuízo. “O déficit de um determinado período não pode ser confundido com prejuízo. São conceitos bem distintos. A Previ não precisou vender nenhum ativo em 2024 para recompor suas reservas ou cumprir com suas obrigações. Pelo contrário, segue saudável pagando mais de R$ 16 bilhões em benefícios por ano, inclusive com recursos oriundos de dividendos das empresas que possui em seu portfólio”, argumentou. Sobre as falhas na gestão, disse que são “ilações” e repudiou as afirmações.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região defende a celeridade dessa investigação para que todos participantes e a própria sociedade saibam o que de fato aconteceu no Plano 1.