No último dia 5, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região fez um protesto em frente à agência Centenário da Caixa Econômica Federal para denunciar a dispensa de uma deficiente auditiva que se encontrava ainda na fase do estágio probatório.
Aprovada no último concurso do banco, de 2014, ela aguardou muito tempo para ser chamada; quando foi, a Caixa não deu a ela o treinamento adequado e a colocou no setor de atendimento ao público. Após 75 dias sob avaliação (ainda faltavam outros 15 dias), ela foi demitida.
Para o Sindicato, faltou sensibilidade aos gestores responsáveis, que deveriam ter arrumado um outro setor para a trabalhadora atuar, assegurando que as características próprias de sua deficiência fossem respeitadas.
Procurado pelo Sindicato, o setor de gestão de pessoas da Caixa nada fez para reverter a injusta demissão. Por isso, o Sindicato levará o caso à Justiça, para que a trabalhadora seja reintegrada e atue numa área adequada.
Mais PCDs
A Lei nº 8.213/1991, que “dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social”, estabelece que “a empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas”. Como a Caixa tem mais de 1 mil empregados, está sujeita à cota máxima de 5% – no entanto, nem 2% dos seus empregados é portador de deficiência.
Em maio deste ano, o banco foi condenado em segunda instância, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF e TO), a pagar R$ 1 milhão de indenização por danos morais coletivos por ter deixado de cumprir o Art. 93 da lei.
Em busca de solucionar o problema, a Caixa convocou parte das PCDs aprovadas no concurso de 2014, como era o caso da demitida.
Para o Sindicato, a Caixa não está preparada para receber as PCDs. “Faltam estrutura, planejamento e tecnologia, o que acaba marginalizando a PCD convocada”, afirma Alexandre Morales, empregado da CEF e diretor do Sindicato.