De acordo com uma notícia publicada na última sexta (4) pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse numa teleconferência que “agora, no quarto trimestre, nós terminamos de cortar o mato mais alto, e a partir de 2021 será tiro no sniper“. Cortar o mato mais alto, tiro no sniper… Para quem não entendeu, ele se referia à eliminação de empregados: primeiro, o banco passou a foice, e agora vai atirar utilizando mira de alta precisão.
O setor de Relações Sindicais do Bradesco já havia dito isso ao Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, mas com palavras mais respeitosas. Numa reunião ocorrida no dia 10 de novembro, o banco falou que não haveria mais demissões em massa na região de Bauru, apenas demissões “pontuais”.
O Sindicato sabe que os bancos não veem os empregados como pessoas, mas apenas como números. Basta ver a quantidade de bancários demitidos às vésperas da aposentadoria ou mesmo gravemente doentes. Mas ainda assim é revoltante ouvir o que o presidente do Bradesco pensa por detrás dos panos sobre os trabalhadores.
Nos 12 meses encerrados em setembro, o Bradesco fechou 4.341 postos de trabalho em todo o Brasil, sendo que, destes, 1.178 foram extintos somente no terceiro trimestre. De janeiro a setembro, o lucro obtido pelo banco foi de R$ 12,657 bilhões!
Por entender que bancário não é mato, na semana passado o Sindicato ajuizou uma ação coletiva pedindo o fim das demissões e a reintegração dos 24 trabalhadores demitidos sem justa causa desde o início da pandemia, em março.