No último dia 19, diretores do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região foram para a frente da agência do Itaú localizada na quadra 28 da avenida Nações Unidas e fizeram um protesto contra as demissões que têm ocorrido no banco.
No início de junho, uma trabalhadora com sete anos de banco, que detinha a função de agente comercial naquela agência, foi demitida sem justa causa. A justificativa informal do banco foi que ela não atingiu os “objetivos” do banco, ou seja, não atingiu as metas abusivas do Itaú.
Também no início de junho, mas na agência localizada na quadra 4 da rua Ezequiel Ramos, dois bancários (uma caixa que estava havia três anos no banco e um gerente operacional com dez anos de casa) foram demitidos injustamente. Embora ambos atuassem na área operacional, o desempenho deles também era medido por vendas de empréstimos, ou seja, a sobrecarga de trabalho era explícita, já que eles precisavam atender normalmente a enorme demanda do caixa e também bater as metas de vendas.
Não ceda à pressão
Recentemente, aconteceram algumas demissões no Itaú que, embora classificadas como “sem justa causa”, foram motivadas por “procedimentos inadequados” na venda de produtos.
“Não vale a pena ceder à pressão do banco e, no desespero, realizar vendas que trarão problemas depois”, afirma Priscila Rodrigues, diretora do Sindicato.
Infartos
A pressão do Itaú está tão grande que um bancário infartou dentro do Centro Empresarial do Aço, em São Paulo. Sem atendimento adequado – embora o prédio tenha mais de 500 trabalhadores –, o funcionário foi socorrido por um colega e apenas no hospital foi constatado que o bancário sofreu uma parada cardíaca.
No ano passado, o Sindicato também realizou um ato denunciando o infarto de uma bancária na agência do Itaú da Duque de Caxias. Esses infartos cada vez mais comuns só revelam que a pressão está aumentando.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, as três demissões ocorridas em Bauru não condizem com a lucratividade do Itaú e com o tamanho da dedicação dos funcionários.
Um banco que lucrou R$ 6,9 bilhões somente no primeiro trimestre do ano – e um total de R$ 25 bilhões em 2018 – não tem por que seguir pressionando os bancários com suas metas inatingíveis até que eles infartem ou façam alguma besteira para atingi-las.