Desde o anúncio da criação do “Performa”, novo programa de remuneração variável do Banco do Brasil que diminuiu unilateralmente os valores de referência das funções gratificadas para as novas nomeações, todo dia tem um bancário sendo descomissionado pelo BB em nível nacional.
Lamentavelmente, essa política do governo Bolsonaro chegou na base sindical do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, vitimando um gerente PF da agência de Duartina.
O bancário possui 13 anos de BB e atua há quase nove anos com função gratificada. O agravante do descomissionamento é que o funcionário não tem notas ruins na GDP (Gestão de Desempenho Profissional) e tampouco estava mal no Conexão, programa de metas do banco. (Veja abaixo o que diz o acordo coletivo do Banco do Brasil sobre os critérios para ocorrer um descomissionamento.)
CLÁUSULA 49ª: DISPENSA DE FUNÇÃO OU DE COMISSÃO EM EXTINÇÃO DECORRENTE DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL
O BANCO, na vigência do presente acordo, observará três ciclos avaliatórios consecutivos de GDP com desempenhos insatisfatórios, como requisito para dispensa de função ou de comissão em extinção de funcionário na forma das instruções normativas específicas.
Parágrafo Único – Excetuam-se os funcionários que exerçam as comissões de 1º, 2º e 3º Níveis Gerenciais e 1º Nível de Assessoramento das Unidades Estratégicas – UE, 1º e 2º Níveis Gerenciais das Unidades Táticas – UT, 1º Gestor de Unidades de Apoio – UA e Unidades de Negócios – UN.
Lucro e PLR
No dia 13, o BB anunciou lucro líquido de R$ 18,162 bilhões em 2019 – 41,2% maior que o obtido em 2018. O banco seguiu sua política de reduzir custos operacionais, especialmente com funcionários (ao fim de 2019, o banco contava com 93.190 funcionários, 3.699 a menos que 12 meses antes).
No dia seguinte, o BB anunciou que vai a pagar o PDG no dia 21 e a PLR no dia 5 de março.
O Sindicato considera injusta a diferença de datas, pois premia alguns funcionários com a bonificação antes do Carnaval enquanto o restante só terá acesso à divisão do lucro em março.