O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação de preços percebida por famílias com renda entre um e cinco salários mínimos mensais, caiu 0,31% em agosto, depois de ceder 0,60% em julho, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado em 12 meses, o INPC ficou em 8,83%. Até julho, o resultado acumulado em 12 meses tinha sido de 10,12%. De janeiro a agosto de 2022, houve alta de 4,65%.

Projeção equivocada 

Durante a Campanha Salarial deste ano da categoria bancária, a Contraf-CUT e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) projetaram que o índice ficaria em 8,88%. Como as negociações das cláusulas econômicas são feitas levando em conta a inflação do mês, foi utilizada a projeção da inflação para o final de agosto, quando se encerra a vigência da atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Desta forma, os bancários tiveram 0,5% de perdas salariais oficiais.

Reposição da inflação

Segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre as negociações salariais coletivas referentes à data-base agosto, concluídas até o começo de setembro, 51% conseguiram ao menos recomposição dos salários diante da inflação medida pelo INPC, sendo que 27,5% conquistaram aumento, enquanto 23,5% registraram resultados iguais à inflação. Já 49% não conseguiu repor a inflação.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o índice de agosto comprova ainda mais que os trabalhadores da categoria foram enganados pela Contraf-CUT e Fenaban, que por meses enrolaram as negociações para, no fim, chegar a apenas 8% de reajuste. Além disso, é um absurdo que com tamanha lucratividade os bancos se recusem a reajustar o salário dos bancários abaixo da inflação. Lamentável!