A Justiça tem concedido uma série de indenizações para ex-funcionários do Nubank, que teriam sido obrigados a participar de uma campanha da instituição em 2018. Em alguns casos, o banco foi condenado a pagar R$ 10 mil para os trabalhadores por danos morais e violação ao seu direito de imagem.
A proposta, para demonstrar transparência e se diferenciar dos concorrentes, era utilizar uma comunicação “despojada” levando em consideração o nu, presente no nome do banco. Assim, os novos contratados eram, supostamente, obrigados a tirar fotos com o dorso desnudo, que seria utilizado em mensagens oficiais da instituição junto a seus clientes.
De acordo com um dos processos, a foto era parte do processo de admissão e gerava constrangimento para os trabalhadores. Homens tinham que tirar a camisa neste momento e mulheres abaixar a blusa e a alça do sutiã para os registros. Depois, as imagens eram utilizadas até em comunicados internos, gerando grande mal estar no ambiente profissional.
Ao menos 23 casos já foram parar na justiça, que condenou o banco em nove ocasiões até agora. Outros seis ex-funcionários entraram em acordo com o Nubank. As demais ações aguardam julgamento.
Assédio
Por conta das imagens, os trabalhadores relataram diversos abusos. Principalmente, as mulheres que eram alvo de “cantadas” dos clientes, que confundiam a “estratégia” do Nubank, com uma abertura para o assédio. Na justiça, também existem muitos relatos de violência verbal por parte das esposas dos clientes que recebiam mensagens de ex-funcionárias com a insinuação de nudez.
O banco alega que as fotos eram feitas de forma voluntária pelos trabalhadores. Entretanto, após diversos incidentes, no fim de 2020 a “campanha” foi descontinuada.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região a justiça acerta ao condenar o banco e a decisão serve para que este tipo de abuso não volte a se repetir.