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Dia do Bancário: luta e luto caminharam lado a lado neste ano

27/08/2021

No dia 28 de agosto, sábado, é comemorado o Dia do Bancário. Tradicionalmente, a data relembra a coragem dos bancários que em 1951, na mesma data, deflagraram greve, lutando contra o decreto 9.070 da ditadura do Estado Novo – que proibia greves e movimentos sindicais dos trabalhadores -, enfrentaram forte repressão e após 69 dias de paralisação, conseguiram reajuste de 31% no salário.

Ao longo desses 70 anos, a categoria tem travado diversas lutas em defesa dos seus direitos, do respeito aos trabalhadores, das condições dignas de trabalho e da valorização da profissão. Apesar dos bancários enfrentarem constantemente grandes percalços no dia a dia e nas campanhas salariais, há mais de um ano uma nova luta tomou a rotina e transformou o cenário de trabalho: a pandemia de coronavírus.

Desde o início da crise sanitária, as agências bancárias, por meio de Decreto Presidencial do dia 29 de abril, foram consideradas atividade essencial durante a pandemia de Covid-19. Como consequência, a categoria – diferentemente de alguns setores que tiveram que paralisar suas atividades por conta da quarentena – não parou de trabalhar um único dia. Expostos ao risco de contágio, os bancários tiveram suas tarefas diárias ampliadas, com o acréscimo do fornecimento de crédito, o pagamento de auxílio emergencial e outras novas obrigações derivadas da pandemia.

Após a flexibilização da quarentena e a abertura do comércio, a situação piorou e os bancários – que antes já se desdobravam para atender toda a demanda de serviço – tiveram que enfrentar aglomerações nas agências e a revolta dos clientes e usuários dos bancos, que reclamavam pela demora no atendimento.

Por conta dessa exposição e do atraso na vacinação, milhares de bancários e terceirizados foram infectados e dezenas perderam a vida vítimas da Covid-19. De acordo com levantamento do Dieese, junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, nos quatro primeiros meses de 2021, o número de desligamentos por óbito somente na Caixa Econômica Federal aumentou 253,8% frente ao mesmo período do ano passado. De janeiro a abril de 2020 ocorreram 13 desses desligamentos, já no mesmo período de 2021 o número subiu para 46.

Levando-se em conta todos os bancos, o número subiu de 84 para 208 (+147,6%). De abril de 2020 a março de 2021, 418 bancários morreram, sendo que 69,8% eram escriturários, caixas e gerentes de conta (ou seja: em sua maioria, tinham de trabalhar presencialmente).

Além da exposição e sobrecarga de trabalho, os bancários também sofreram com a cobrança de metas – que continuaram abusivas mesmo diante da crise sanitária e econômica – e com as demissões sem justa causa.

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região esteve ao lado da categoria em todas essas situações e acredita que o Dia do Bancário deste ano precisa ser marcado pela coragem e luta desses trabalhadores que estiveram na linha de frente. Basta de desvalorização e descaso com a vida dos bancários!

Aos familiares e amigos dos colegas que perderam a vida vítimas da Covid-19, fica a solidariedade e homenagem da entidade.

 

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