Dois anos atrás, em 2017, o Banco do Brasil começou a se “reestruturar”: naquele ano, fechou 402 agências e transformou outras 379 em postos de atendimento. Antes da reestruturação, no fim de 2016, o banco lançou um programa de incentivo à aposentadoria ao qual aderiram 9.409 funcionários.
De lá para cá, a situação só tem piorado para os funcionários, com o aumento da sobrecarga de trabalho, os descomissionamentos arbitrários e o assédio moral.
O governo mudou, mas o desmonte do BB continua. Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o objetivo é reduzir o tamanho do banco para facilitar sua total privatização. Na verdade, o BB já está sendo vendido, só que em fatias: a parte de seguros já foi vendida e o governo Bolsonaro já expôs o plano de vender diversas outras subsidiárias, tanto do BB quanto da Caixa Econômica Federal (só com a CEF, espera-se arrecadar R$ 15 bilhões com a venda de suas coligadas).
Com menos agências e muito menos funcionários, o resultado só poderia ser este que estamos cansados de ver: agências abarrotadas, demora para ser atendido, bancários estressados…
Agência Rui Barbosa
A agência da praça Rui Barbosa é um caso crônico de falta de funcionários. Desde o início do mês, tornou-se comum clientes telefonarem para o Sindicato denunciando a demora no atendimento.
A entidade constatou a gravidade da situação. Como mostram as fotos acima, clientes demoravam até 45 minutos para pegar a senha de entrada na agência. Lá dentro, enfrentavam mais um tempo de espera.
Por conta disso, ontem, dia 11, diretores da entidade protestaram contra o desmonte que está sendo promovido no BB. Para o Sindicato, a luta tem de ser pelo fortalecimento dos bancos públicos.
O corte de funcionários da agência Rui Barbosa foi tão grande que o segundo andar da agência foi desativado. Mas o caos é generalizado. Em toda a região faltam funcionários e sobram clientes.
Fim do projeto Ambiência
O protesto denunciou também o fim do projeto Ambiência em Bauru, ocorrido na semana pré-Carnaval. O projeto foi migrado para Sorocaba sem qualquer justificativa para os funcionários.
O Sindicato entrou em contato com a Dipes (Diretoria de Pessoas), que não deu explicações sobre a transferência do projeto. “Essa postura da Dipes talvez já seja reflexo do novo governo”, afirma Paulo Tonon, funcionário do BB e diretor do Sindicato.
O fim do setor implicará no retorno de diversos funcionários para fora de Bauru, depois de meses atuando na cidade.
Durante o protesto, a Regional do banco enviou cinco funcionários da agência Duque para ajudar na agência Rui Barbosa. Mesmo assim, as filas continuaram.