As demissões voluntárias, a pedido do trabalhador, estão em crescente no setor bancário. Desde setembro de 2021, este tipo de desligamento está acima de 40% da totalidade e em abril chegou a 42% do total, de acordo com levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
De janeiro a abril, mais de 5 mil trabalhadores bancários solicitaram demissão, o que corresponde a 46,6% do total de desligamentos. A média de pedido de desligamentos no emprego formal brasileiro, no mesmo período, foi de 33,3%.
Fechamento de postos de trabalho
O número de desligamentos no setor bancário em abril foi o maior dos últimos seis meses. Foram 3.296 desligamentos em um único mês. Admissões, foram 3.232.
O levantamento também mostra a discriminação de gênero ainda é realidade no setor bancário. A distribuição da movimentação do emprego aponta que o resultado em abril foi influenciado pelo saldo negativo ocorrido entre as mulheres (-349 postos). Já entre os homens, o saldo foi positivo em 285 postos.
Considerando as faixas etárias, a pesquisa aponta saldo positivo entre as faixas até 29 anos, com ampliação de 673 vagas. Já para as demais faixas etárias, foi notado movimento contrário, com fechamento de 740 vagas.
A análise também mostra que os bancos demitem bancários mais experientes, com salários maiores, e contrata trabalhadores mais jovens, por salários menores. Os salários pagos aos bancários admitidos em abril representavam, em média, apenas 83,6% do valor recebido pelos demitidos.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, as demissões voluntárias estão ocorrendo, principalmente, pelo adoecimento e desvalorização da categoria. Os trabalhadores estão exaustos de tanta sobrecarga de trabalho, cobrança de metas abusivas e assédio moral.