Minutos antes de ser demitido, o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, desferiu seu derradeiro ataque aos estudantes brasileiros revogando a portaria que garantia cotas na pós-graduação para estudantes negros, indígenas e pessoas com deficiência em universidades e institutos federais.
Publicada no Diário Oficial da União de ontem, 18, a revogação da portaria limita o acesso desses segmentos aos cursos de mestrado e doutorado.
A portaria foi instituída em 2016 e determinava que essas instituições de ensino adotassem programas para ampliar a “diversidade étnica e cultural” do corpo estudantil.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, sua revogação é absurda e fere prerrogativas do Supremo Tribunal Federal, que em 2012 declarou a constitucionalidade de políticas públicas de ações afirmativas.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) coletados em 2015, o número de negros nas universidades duplicou de 2001 a 2013, passando de 48,5 mil para 112 mil após a determinação da portaria.
Essa determinação afronta direitos e segue a linha do autoritarismo praticado por Weintraub, em um país em que o acesso ao ensino superior é desigual.
Vale destacar que a Procuradoria Geral da República instaurou um inquérito contra Weintraub por racismo, por ele ter dado declarações pejorativas aos chineses em suas redes sociais.
Seu ódio aos povos originários também ficou explícito na reunião ministerial do dia 22 de abril, em que disse odiar o termo “povos indígenas”. Foi também nessa reunião que ele insultou ministros do Supremo Tribunal Federal.

