Numa “live” promovida pelos jornais Valor Econômico e O Globo, o desembargador José da Fonseca Martins Junior, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), falou sobre as transformações do mercado de trabalho diante da pandemia. O momento mais constrangedor da transmissão foi quando ele defendeu que, “com o home office, não fará sentido pagar vale-alimentação e vale-transporte”.
Para o magistrado, “se a gente matar as empresas, vamos estar matando os empregados também”. Dessa maneira, segundo ele, “a pandemia nos obriga a fazer uma revisão da interpretação das normas do direito do trabalho”, e “o Judiciário vai precisar ter equilíbrio na interpretação das normas.”
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, é preocupante que um magistrado desse calibre, presidente do TRT do Estado do Rio de Janeiro, faça uma afirmação dessa, sinalizando para seus pares que seria correto as empresas transferirem custos para seus empregados, ao mesmo tempo em que cortam benefícios históricos.
Será que trabalhadores vão deixar de comer só porque estarão fazendo seu serviço em casa? Ou será que as empresas vão ampliar o horário de almoço para que os empregados preparem sua refeição? Será que o desembargador defende o fim do auxílio-moradia para os juízes que já têm moradia? Vergonha!

