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NADA FÁCIL: 46% dos trabalhadores brasileiros estão estressados, 25% tristes e 18% com raiva

Estudo revela que brasileiros estão entre os trabalhadores mais insatisfeitos do mundo

01/10/2024

Crédito: Carlos Ruas

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Um estudo global produzido pela Gallup – empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, revelou que uma grande porcentagem dos brasileiros estão insatisfeitos com o trabalho. O levantamento ouviu milhares de trabalhadores de 160 países, presencialmente e por telefone, sobre como se sentem em relação a suas vidas e ao trabalho.

Dos participantes, 25% dos trabalhadores responderam que enfrentam tristeza no dia a dia. Com essa resposta, o Brasil ficou em quarto lugar no ranking da América Latina, atrás de El Salvador e Jamaica (26%) e Bolívia (32%).

Quando questionados se sentiram raiva no dia anterior à pesquisa, 18% de trabalhadores disseram que sim, se posicionando novamente em quarto lugar no ranking, atrás de Peru (19%), Jamaica (24%) e Bolívia (25%).

Em relação ao estresse, 46% dos trabalhadores brasileiros disseram que vivenciaram essa reação sobre pressão, colocando o país em sétimo lugar. Em primeiro está a Bolívia (55%), seguida da República Dominicana e Costa Rica (51%), Equador e El Salvador (50%) e Peru (48%).

Baixo engajamento

O estudo também mostra os níveis de engajamento dos funcionários, ou seja, o envolvimento e entusiasmo em suas funções e em seu local de trabalho. Apenas 23% dos funcionários no mundo estão engajados com o trabalho; a grande maioria, 62%, não estão engajados; e 15% estão ativamente desengajados.

No Brasil, apenas 31% dos trabalhadores se disseram engajados. O país está em sétimo no ranking da América Latina. Na frente estão México (31%), Guatemala (31%), República Dominicana (33%), Costa Rica (34%), Panamá (35%) e El Salvador (41%).

De acordo com o levantamento, o baixo engajamento custa à economia global US$ 8,9 trilhões, o equivalente a 9% do PIB global.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, diversos fatores contribuem para esse cenário, incluindo a falta de reconhecimento, a remuneração inadequada, as condições precárias, o excesso de cobranças e a sobrecarga de trabalho. Além disso, a precarização do emprego, com a alta rotatividade e informalidade intensificadas pela reforma trabalhista, aumenta a insegurança profissional, impactando diretamente o bem-estar emocional dos trabalhadores.

Na categoria bancária, esse descontentamento não é diferente. Grande parte dos trabalhadores estão sobrecarregados, frustrados e adoecidos, principalmente por conta da cobrança de metas inatingíveis. O desgaste emocional provocado por essa exigência tem elevado os casos de burnout, a síndrome de esgotamento profissional.

Apesar do empenho do Sindicato em mudar essa situação, o caminho para isso ainda é longo e árduo. É preciso que as instituições financeiras e as empresas no geral valorizem seus funcionários, forneçam oportunidades de crescimento, melhorem as condições de trabalho e, principalmente, os tratem como pessoas e não como máquinas.

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