De acordo com levantamento divulgado nos últimos dias pelo Dieese, com base em dados do Ministério do Trabalho, duas de cada três categorias de trabalhadores que possuem data-base em agosto tiveram reajustes salariais abaixo dos índices da inflação (INPC-IBGE). A pesquisa é referente às negociações concluídas até o começo do mês de setembro.
Desde fevereiro de 2016, o índice de agosto para uma data-base não era tão grande. Ao todo, 66,3% das negociações foram prejudicadas pela inflação. No ano passado, o índice no mesmo período havia sido de apenas 16,8%. Somente 8,8% das campanhas salariais alcançaram reajuste acima do INPC. Outros 25% ficaram com índice equivalente ao da inflação.
Categorias como metalúrgicos e químicos, em São Paulo, recentemente fecharam acordo com o INPC integral. Os bancários, que fazem campanha nacional, firmaram em 2020 acordo coletivo com validade de dois anos e em 2021 obtiveram reajuste acima da inflação. Os trabalhadores dos Correios, que têm data-base em agosto, estão com dissídio em julgamento no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
No recorte por setor econômico, o de serviços tem 61,2% de acordos (de um total de 3.686) perdendo para a inflação. A indústria (2.814) tem 35,7% e o comércio (1.164), 32,1%. O maior percentual de reajustes acima do INPC é do setor industrial (24,7%).
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região o problema é resultado direto das equivocadas políticas econômicas do governo Bolsonaro, afetadas pela pandemia, que gerou mais inflação. Prejuízo para os trabalhadores!