Os funcionários do Escritório Leve do Banco do Brasil, em Bauru, estão esgotados pela cobrança abusiva de metas. O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região recebeu diversas denúncias que relatam a pressão diária por resultados, imposta pelo gerente geral da unidade. A conduta tem gerado um ambiente de trabalho insustentável, com episódios de adoecimento físico e mental entre os trabalhadores.
Para protestar e combater essa conduta, o Sindicato esteve no Escritório Leve no dia 16. Durante a reunião com os funcionários, reafirmou seu compromisso em defendê-los, colocando-se à disposição para acolher denúncias e atuar com firmeza na proteção contra o assédio moral. Na ocasião, foi entregue a cartilha “Assédio no setor Bancário: O Combate deve ser diário!”, produzida pela entidade.
Metas, vigilância excessiva e punições
Todos os dias, os funcionários de cada carteira são obrigados a oferecer crédito para 50 clientes. Caso essa meta não seja alcançada, o gestor reúne pequenos grupos para cobrá-los em particular. Amedrontados, muitos trabalhadores cedem à pressão e acabam assumindo a “culpa” por não conseguir atingir tais resultados.
Além disso, o gerente geral costuma monitorar as conversas entre funcionários e clientes no chat do banco, repreendendo quem não oferece produtos financeiros, como seguros. Para ele, não importa se o cliente não tem interesse em adquirir e contratar algo. O Sindicato recebeu denúncia de que empréstimos com taxas menores só são aprovados mediante a contratação de outro produto. A entidade alerta que condicionar a venda de um produto ou serviço à compra de outro, seja ele do mesmo tipo ou não, se configura como venda casada. A prática é proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) e é considerada crime.
Denúncias também revelam que, como forma de punição por não atingimento de metas, o gestor alterou o horário de expediente de alguns funcionários. A medida foi realizada sem qualquer acordo mútuo.
Dois pesos e duas medidas
Outro problema é o tratamento desigual. O famoso “dois pesos e duas medidas”, onde alguns gerentes são constantemente cobrados, repreendidos e punidos, enquanto outros privilegiados recebem tratamento mais favorável.
Hostil e adoecedor
No último mês, funcionários de um setor do Escritório Leve organizaram uma festa junina. A tentativa de proporcionar um momento agradável entre os colegas foi escangalhada pelo GG, que disse: “Festa sem resultado é bagunça!”. Após o ato do Sindicato, o gestor pediu desculpas em relação ao episódio da festa junina.
A atmosfera intimidade tem adoecido diversos funcionários. O Sindicato soube de ao menos quatro casos de trabalhadores que tiveram crise de ansiedade/ pânico devido às condições hostis de trabalho. Inclusive, na própria pesquisa do BB sobre condições de trabalho a agência apresentou problemas referentes à saúde mental dos funcionários. A GEPES Regional chegou a conversar com o gestor sobre isso.
Para a entidade, as práticas do gerente geral são inadmissíveis e podem ser caracterizadas como assédio moral. Todas as medidas cabíveis para coibir esses abusos serão tomadas. Basta!
Sindicato se reuniu com os funcionários do Escritório Leve e reiterou seu posicionamento contra as metas abusivas
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Ator interpretou gestor e entregou “agrado” aos funcionários
Cartaz localizado no meio do setor expõe meta do dia
