O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região irá ajuizar uma ação coletiva reivindicando que a Caixa Econômica Federal seja obrigada a pagar adicional de insalubridade (40% sobre o salário mínimo) aos funcionários que trabalham expostos ao Bisfenol A (BPA), substância presente nas bobinas térmicas dos comprovantes impressos nas agências.
Perigo
A substância é utilizada no papel térmico para que a impressão ocorra sem o uso de tinta. Ela funciona como um revelador químico, reagindo ao calor da impressora térmica para produzir o texto do comprovante.
O contato dérmico ou inalação oferece riscos graves à saúde, como alterações hormonais, infertilidade, obesidade, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios metabólicos, câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. No Brasil, o uso de BPA em mamadeiras é proibido desde 2012.
Pesquisa
Em 2015, um estudo brasileiro analisou os altos níveis de Bisfenol A e Bisfenol S em recibos de papel térmico e a estimativa de exposição diária. Foram avaliados 190 recibos térmicos diferentes, coletados aleatoriamente em diversos locais no estado de São Paulo, incluindo recibos de cartão de crédito e contas bancárias, supermercados, restaurantes, postos de gasolina, ônibus e avião.
A substância foi detectada em 98% das amostras, sendo que os valores obtidos foram superiores aos anteriormente reportados em outros países.
Manipulação diária
De acordo com um dos pesquisadores, o recibo é um perigo, especialmente ao grupo de risco, formado por trabalhadores do varejo e bancários, que manuseiam esse tipo de papel diariamente.
Outros bancos
O Sindicato está apurando se outras instituições utilizam bobinas com essa substância. Caso seja comprovado, a entidade irá buscar na Justiça o mesmo direito reivindicado aos trabalhadores da CEF: insalubridade em grau máximo.