Em meados de agosto, o movimento sindical se reuniu com a CEF para tratar de assuntos relacionados ao Saúde Caixa. Como já era de se esperar, o banco segue intransigente, se negando a atender as reivindicações dos trabalhadores.
Custeio
O movimento sindical cobrou o fim do teto de 6,5% de custeio do plano, que transfere mais encargos para os empregados. Nesse sentido, solicitou que o banco retorne com o modelo 70/30, onde 70% das despesas do plano são cobertas pela Caixa e os 30% restantes são responsabilidade dos empregados e dependentes.
No entanto, a CEF recusou a proposta e apresentou um novo modelo de custeio das mensalidades, com cobranças de acordo com a faixa etária e totalmente individualizadas. De acordo com o banco, os princípios da solidariedade e do pacto intergeracional não são mais convenientes.
Reajuste
Com a participação da Caixa no custeio do plano congelada em 6,5% da folha, o reajuste nas mensalidades será exorbitante. Veja:
- Titular: a alíquota passaria dos atuais 3,5% para 5,5%.
- Cada dependente inscrito: passaria de R$ 480,00 para R$ 672,00.
- O limite de cobrança do somatório das mensalidades do titular e de dependentes diretos passaria de 7% para 12%.
Déficit
O plano conta atualmente com cerca de 125 mil titulares. A arrecadação no primeiro semestre de 2025 foi de R$ 1,7 bilhão, enquanto as despesas chegaram a R$ 2,1 bilhões. A estimativa é de que o déficit até o final do ano fique entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões. Esse valor é bem acima das reservas que o plano mantém, de R$ 100 milhões.
Para resolver essa situação, o banco quer cobrar 17 contribuições em 2026. Ou seja, o ônus ficará, mais uma vez, somente com os usuários.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, é inaceitável que a CEF, que somente no primeiro trimestre de 2025 obteve lucro de R$ 4,9 bilhões, não arque de maneira justa com os custos do plano. Um reajuste desse nível vai inviabilizar a permanência da maioria dos usuários. Os empregados precisam se mobilizar contra esse e outros ataques do banco!
Material da Oposição Bancária
A partir desta semana, a oposição bancária – composta pelo SEEBBAURU, SEEB-MA, SEEB-RN e bancários de diversos estados – irá entregar um material informativo para mobilizar os trabalhadores da Caixa e do Banco do Brasil a lutarem em defesa dos planos de saúde.
Discriminação
O informativo denuncia o ataque contra os concursados que foram admitidos pós-2018. Depois da aposentadoria, eles não terão direito ao plano, ou seja, terão que arcar com o custo integral das mensalidades. Além de quebrar a isonomia, discriminando os novos contratados, a medida irá elevar os custos dos planos no futuro.
Vamos juntos reverter essa discriminação e demais ataques!