O mês de março de 2022 ficará marcado na história dos trabalhadores pela redução de postos de trabalho formal nos bancos brasileiros. É o que mostra a última pesquisa divulgada pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Ao todo o saldo negativo foi de 212 empregos no setor bancário.

O resultado anual só não foi pior porque, no decorrer dos últimos 12 meses, houve a convocação dos aprovados no concurso de 2014 da Caixa Econômica Federal, para cumprimento de ordem judicial. A contratação pelos bancos de profissionais de tecnologia de informação, que não estão diretamente vinculados aos serviços bancários, também ajudou para que o índice não fosse pior.

Entre as mulheres, a queda no emprego formal foi maior, sendo que o saldo foi de 308 trabalhadoras a menos nos bancos, no mês. Em relação a faixa etária maior de 29 anos, também houve perda de 659 postos de trabalho no setor.

Queda na renda

Com a troca dos trabalhadores, o salário médio mensal do bancário diminuiu quase R$ 1 mil. Antes de março, contando os rendimentos dos profissionais que foram desligados, a média era de R$ 6.414,92. Agora, o valor ficou em R$ 5.558,55, segundo o levantamento.

A estimativa é que, desde o início da pandemia do novo coronavírus, de março de 2020 a março de 2022, foram encerrados mais de 2 mil postos de empregos bancários no Brasil. O problema do enxugamento dos quadros e das demissões injustificadas no setor é denunciado há tempos pelo Sindicato dos Bancários de Bauru e Região.

As demissões, no entendimento da entidade, são cada vez mais injustificadas, já que pelos números divulgados nos últimos dias, em relação ao primeiro trimestre de 2022, provam que bancos como Itaú, Santander, Banco do Brasil e Bradesco estão obtendo lucros recordes novamente.