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Apesar da luta, Caixa Seguridade tem ações vendidas na bolsa

30/04/2021

Bancos: Caixa Econômica Federal

Foto: Divulgação/B3

A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações da Caixa Seguridade foi concluída nessa quinta-feira (29) na B3, apesar dos protestos de empregados da Caixa Econômica Federal em todo o país. A operação movimentou cerca de R$ 5 bilhões, sendo que R$ 3,3 bilhões brutos serão repassados para o banco.

A Caixa Seguridade é uma empresa subsidiária do banco estatal criada em 2015 com o objetivo de “consolidar, sob uma única sociedade, todas as atividades da Caixa nos ramos de seguros, capitalização, previdência complementar aberta, consórcios, corretagem e atividades afins”. Teve lucro líquido de R$ 1,76 bilhão em 2020.

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região fez parte dos protestos contra a venda de ações realizando um Dia de Luta na última terça-feira. Para a entidade, não há necessidade de vender parte de uma empresa que dá lucro para o Estado.

A operação

Foi o segundo maior IPO do ano até o momento, atrás apenas do da CSN Mineração, que captou R$ 5,2 bilhões em fevereiro. Atraiu quase 150 mil investidores pessoa física, que ficaram com 55% da oferta, ou R$ 2,752 bilhões, o maior volume já registrado num IPO no país. O recorde anterior era da BB Seguridade, em abril de 2013, quando pessoas físicas ficaram com R$ 1,844 bilhão (16% do total).

Segundo uma reportagem do Valor Econômico, “com o IPO, a Caixa se desfaz de pouco mais de 15% do capital da holding de seguros”, sendo que “no ano passado, o plano previa a venda de 25%”.

Ainda de acordo com o jornal, “para emplacar a operação em meio a uma nova maré hostil na bolsa, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, envolveu-se diretamente nas conversas com investidores e fez ajustes no desenho do IPO, de forma a torná-lo menor e mais palatável”. Por fim, “o executivo também mobilizou funcionários e a rede de agências do banco”.

Luta na Justiça

Em outra reportagem, publicada na terça-feira (27), dois dias antes da conclusão do IPO, o Valor Econômico noticiou a iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que “entrou com denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) diretamente contra o presidente da Caixa, Pedro Guimarães”, que “estaria violando regras da autarquia, principalmente em relação aos esforços de vendas por meio de funcionários da Caixa”. Também faz parte da denúncia a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae).

O documento alega que foram determinadas aos gerentes metas de vendas que poderiam chegar a R$ 1 milhão. Leia um trecho da denúncia, reproduzido pelo jornal:

“Esta meta abusiva é complementar às demais fixadas anteriormente. Que não obstante isto, os trabalhadores bancários têm sido intimidados, por meio de ameaça de realização de novas avaliações de desempenho baseada no atingimento de de meta de IPO. Indiscutível que as metas estabelecidas são inatingíveis, em vista do perfil majoritário dos clientes da CAIXA que, como regra, não têm perfil arrojado/agressivo. Ora, o IPO deveria ser dirigido a perfis de investimento arrojado/agressivo, sendo que em vista das características dos clientes da CAIXA, seria possível a abordagem para o IPO para, no máximo, 10%. No entanto, a orientação dos gestores da CAIXA é para que os bancários desconsiderem a adequação da abordagem ao perfil, e exponham a IPO ao máximo de clientes.”

De acordo com a peça de acusação, foram violadas as resoluções 400 e 539 da CVM.

Infelizmente, a Comissão de Valores Mobiliários não analisou a acusação a tempo, e não há prazo para tomar alguma decisão sobre o processo.

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