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Fenaban cede e vai negociar regras para monitoramento do trabalho remoto

Medida ganha força após demissão em massa no Itaú. MPT já está investigando caso

29/09/2025

Crédito: Freepik

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) aceitou criar uma mesa de negociação específica para discutir o monitoramento do trabalho remoto. A decisão foi tomada após pressão do movimento sindical, durante reunião realizada no dia 25.

Na ocasião, os representantes dos trabalhadores apresentaram exemplos de acordos, de diferentes países, que garantem o direito e respeito à desconexão, à transparência, ao acesso dos trabalhadores ao uso de ferramentas tecnológicas, a contestação dos resultados das avaliações e ao feedback da empresa.

A necessidade da preservação do home office como modo de trabalho, sem a invasão da privacidade dos trabalhadores também foi destacada. O calendário de reuniões da mesa específica ainda não foi definido.

Demissão em massa no Itaú

A criação da mesa ocorre em um momento de forte pressão da categoria, já que o tema ganhou centralidade após a recente demissão de mais de mil funcionários no Itaú que atuavam em regime de trabalho remoto. O desligamento em massa acendeu o alerta sobre as condições de trabalho e a utilização de ferramentas de controle e vigilância sobre bancários em home office.

O banco justificou que as demissões decorreram de análises internas realizadas ao longo de quatro meses, que demonstraram “quebra de confiança” e “baixa aderência ao teletrabalho”. A média de atividade digital considerada adequada pela instituição é de 75%, já descontando pausas e intervalos. Em comunicado oficial, o Itaú declarou que o monitoramento está previsto em políticas internas assinadas pelos funcionários e não se restringe a cliques de mouse ou uso de teclado, como foi cogitado.

No entanto, o movimento sindical e demitidos rechaçam a justificativa, principalmente porque muitos deles eram recém-promovidos e tinham acabado de receber premiações, e outros chegaram a cumprir jornada prolongada, até mesmo em final de semana.

Investigação no MPT

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou, no dia 11, um requerimento junto ao MPT (Ministério Público do Trabalho) para investigar o Itaú pela conduta. O órgão aceitou o pedido e iniciou o procedimento investigatório. O Itaú deverá, no prazo de 10 dias, apresentar documentos, entre eles a relação dos empregados desligados nos últimos meses no Estado de São Paulo, em decorrência de eventual monitoramento.

No requerimento, Hilton destaca que as manifestações públicas do Itaú estão culpabilizando os funcionários, colocando-os como pessoas ociosas e desonestas, que se aproveitavam do banco e da modalidade de trabalho. “É nojento que um banco explore, se aproveite, submeta o trabalhador à exaustão, demita e depois ainda o difame publicamente”, disse.

“Nós sabemos o porquê bancos e grandes empresas odeiam o home office: ele diminui o lucro dos fundos de especulação imobiliária, dá mais autonomia para o trabalhador se qualificar para empregos melhores no horário que gastaria no transporte e atrapalha a criação de uma ‘cultura corporativa’ que só serve pro trabalhador colocar o emprego acima da própria vida e família”, completou a deputada.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a criação de uma mesa específica para discutir o monitoramento representa um passo importante para a categoria, mas ainda é insuficiente. Somente quando forem definidos direitos e regras claras que garantam limites à vigilância, proteção à saúde mental e respeito à jornada de trabalho, os trabalhadores estarão resguardados.

A entidade espera que a investigação do MPT esclareça o mecanismo usado pelo Itaú, bem como sua legalidade. Todos trabalhadores que foram prejudicados injustamente pelo banco deverão ser reparados e reintegrados.

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