Por meio de um “projeto-piloto”, há seis meses o Banco do Brasil está utilizando trabalhadores terceirizados no Arquivo Geral Galpão 1 Pederneiras (localizado às margens da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros). Atualmente, há dez terceirizados manuseando e cadastrando documentos enviados pelas agências.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, somente funcionários do banco deveriam manusear os documentos enviados para o Arquivo, já que muitos deles estão protegidos por sigilo bancário.
A terceirização das atividades-fim das empresas foi liberada em março de 2017, com a sanção da Lei nº 13.429. Embora tenha sido questionada na Justiça, em agosto do ano passado o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é lícita a terceirização de todas as atividades das empresas.
A preocupação do Sindicato é a extensão do número de terceirizados no setor de arquivos, já que existe um segundo projeto-piloto que, se posto em prática, resultaria na contratação de mais 20 terceirizados.
Ao mesmo tempo em que se amplia a prática da terceirização no BB, surgem boatos de que a Plataforma Bauru Arquivo Dirao (na rodovia Marechal Rondon) pode, a médio prazo, contar apenas com trabalhadores terceirizados, o que resultaria no descomissionamento dos bancários que lá trabalham atualmente.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região foi contra a terceirização irrestrita e realizou diversos protestos antes da aprovação da lei.
O setor bancário é o mais lucrativo da economia e, por isso, não tem necessidade de precarizar as condições de trabalho.
“Existem estudos mostrando que, considerando férias, 13º, auxílios e FGTS, um trabalhador terceirizado recebe 27,4% a menos que um trabalhador bancário, o que é um absurdo”, afirma Michele Montilha, diretora do Sindicato.
A pergunta que fica é: por que o BB não realiza novos concursos? A quem interessa o enfraquecimento do BB? Com a terceirização, o Estado perde arrecadação, já que recolhe menos impostos. Ou seja: ninguém ganha com a terceirização.