O economista e professor da Universidade de Columbia Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2001, afirmou que a atual taxa básica de juros no Brasil é “chocante”.
A Selic, taxa básica de juros brasileira, está em 13,75% desde agosto de 2022. O mercado projeta que o Banco Central sinalize corte na Selic somente no 2º trimestre. “A taxa de juros de vocês de fato é chocante. Uma taxa de 13,7%, ou 8% real, é o tipo de taxa de juros que vai matar qualquer economia“, criticou o especialista norte-americano.
“É impressionante que o Brasil tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte. Parte da razão de vocês sobreviverem a essas taxas de juros é que vocês têm bancos estatais, como o BNDES, que tem feito muito com essas taxas de juros, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de longo prazo com juros menores”, declarou Stiglitz, durante a conferência “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovida no dia 20 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
O governo Lula tem criticado abertamente o presidente do BC, Roberto Campos Neto, por manter a taxa nesse patamar. “Eu sinceramente acho que o presidente do Banco Central não tem compromisso com a lei que foi aprovada de autonomia do Banco Central. A lei diz que é preciso cuidar da responsabilidade da política monetária, mas é preciso cuidar da inflação também, é preciso cuidar do crescimento do emprego, coisa que ele não se importa”, disse Lula.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, não há nada que justifique o BC impor aos brasileiros a maior taxa de juros do mundo. Os juros altos beneficiam apenas ricos e banqueiros, penalizando milhões de brasileiros que sofrem diante da fome, desemprego e miséria.