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Selic é desculpa do Santander para suspender promoções e contratações

Taxa de juros de 4,5% criou ‘cenário que não está claramente definido no setor [bancário]’, disse Sergio Rial

09/01/2020

Bancos: Santander

No fim do ano passado, por meio de um comunicado interno, o presidente do Santander no Brasil, Sergio Rial, anunciou que “movimentações e contratações” da plataforma Meu Lugar ficarão suspensas até abril.

Para justificar a suspensão, Rial citou a redução da taxa básica de juros (Selic) para 4,5% ao ano, que, segundo ele, criou um “cenário que não está claramente definido no setor”.

O estranho é que, poucos dias antes, em 14 de dezembro, durante a festa de final de ano do banco, o mesmo Sergio Rial que se mostra desorientado diante do novo cenário econômico, anunciou que a meta de lucro para 2020 é de R$ 16 bilhões. Ou seja: independentemente do que aconteça com o setor bancário, só o que o presidente do Santander Brasil quer é que o lucro cresça.

Para efeito de comparação, em 2018 o lucro líquido do Santander foi de R$ 12,166 bilhões, e o lucro obtido entre janeiro e setembro do ano passado foi de R$ 10,433 bilhões, 18,1% maior que o obtido no mesmo período de 2018.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, isso significa que o banco seguirá aplicando a costumeira pressão sobre os trabalhadores, causando o adoecimento de muitos.

Vale lembrar que, no último mês de setembro, a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal, o juiz Gustavo Carvalho Chehab, da 3ª Vara do Trabalho de Brasília, condenou o Santander a pagar indenização no valor de R$ 274 milhões por dano moral coletivo.

Segundo o juiz, o banco espanhol está entre as sete empresas que mais adoecem trabalhadores no Brasil e o alto índice de adoecimento mental entre os empregados é resultado do assédio moral, já que eles são submetidos a metas abusivas e a cobranças excessivas.

De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense por ocasião dessa decisão judicial, “entre 2012 e 2016, 1.784 bancários do Santander se afastaram com concessão de auxílio-doença pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)” – número que representa 26,38% dos 6.763 bancários que receberam o benefício no período.

A maior parte do lucro que o grupo espanhol obtém em todo o mundo é gerado no Brasil – de acordo com o último balanço do banco, referente ao terceiro trimestre de 2018, essa parcela correspondia a 29%.

Por isso, o Santander deveria mostrar mais respeito pelo país, oferecendo mais empregos de qualidade, melhores condições de trabalho e melhor atendimento à população e menores tarifas e taxas de juros.

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