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Seis presidentes de bancos brasileiros e Paulo Guedes mantêm fortuna em paraísos fiscais

04/10/2021

Crédito: Poder360/ Reprodução

A série Pandora Papers, investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), realizada no Brasil por jornalistas do site Poder360, da revista “piauí”, da Agência Pública e do site Metrópoles, revelou que seis presidentes de bancos brasileiros e o ministro da Economia, Paulo Guedes, têm offshores em paraísos fiscais.

Luiz Carlos Trabuco, que foi presidente do Bradesco por 9 anos; Sérgio Rial, presidente do Santander; Rubens Menin, presidente do Conselho do Banco Inter; Marciano Testa, CEO e fundador do Agibank; Marcio Antonio Teixeira de Linares, presidente do Conselho de Administração do Original; e Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, mantêm parte da fortuna em offshores nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe (veja imagem abaixo).

Offoshores são empresas abertas por pessoas físicas fora de seu domicílio fiscal e em locais conhecidos como paraísos fiscais, pois cobram pouco ou nenhum imposto e protegem o sigilo bancário do cliente.

Bradesco

Trabuco tem ao menos US$ 5 milhões na conta da offshore Capvel Overseas Investments Limited. Além dele, a herdeira do Bradesco e presidente da fundação do banco, Denise Aguiar, também tem 3 offshores nesse mesmo paraíso fiscal. Outros 4 executivos ou ex-dirigentes do banco também são donos de empresas nas Ilhas Virgens Britânicas.

Todas as offshores foram legalmente declarada à Receita Federal, como manda a lei brasileira.

Santander

Sérgio Rial, diretor-executivo do Santander, tem a Celtic Associates Ltd nas Ilhas Virgens Britânicas, com patrimônio de pelo menos US$ 10 milhões. Segundo Rial, sua offshore também foi declarada à Receita Federal.

Banco Inter e Agibank

Rubens Menin, dono do banco Inter, da MRV e da CNN Brasil, teve ao menos 4 offshores nas Ilhas Virgens Britânicas. A Costellis “foi criada com uma finalidade comum entre milionários: ela é dona de uma embarcação, no valor de até US$ 75 milhões”. De acordo com Menin, todas offshores foram registradas e as duas últimas, encerradas.

Marciano Testa, dono do Agibank, tem a Yepidale International Ventures Limited, no Caribe. Segundo sua assessoria, a empresa foi declarada.

Original e BRB

O presidente do Conselho de Administração do Banco Original, Marcio Antonio Teixeira Linares, abriu a Bravar Developments Limited, com o intuito de investir em imóveis nos Estados Unidos. O valor estimado era de US$ 1 milhão e segundo o presidente, a offshore está legalizada.

Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, banco do Distrito Federal, é dono de duas offshores: Oakwood Investments Ltd e a Equinox Investments LLC.  Documentos da Equinox mostram que, em 2015, o presidente do BRB estava há 4 anos sem pagar as taxas de manutenção.

De acordo com o site Poder 360, o Brasil só cobra impostos de offshore em algumas situações: quando há distribuição de lucros, empréstimos ou a repatriação dos recursos. As alíquotas nesses casos variam de 15% a 27,5%.

Presidente do BC e Guedes

Além desses banqueiros, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, também tinham empresas em paraísos fiscais e mantiveram os empreendimentos mesmo depois de terem entrado para o governo Bolsonaro, no início de 2019.

Segundo a investigação, Campos Neto teria fechado sua empresa cerca de 15 meses depois de ter assumindo o comando do Banco Central. Já Guedes ainda mantém a empresa ativa. O montante detido pela offshore de Guedes vale R$ 51,3 milhões.

Tanto o presidente do BC, quanto o ministro da Economia, negam irregularidades nas offshores. Contudo, o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, de 2000, proíbe funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras – no Brasil ou no exterior – que possam ser afetadas por políticas governamentais.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a offshore de Guedes deve ser investigada, afinal, claramente há conflito de interesses. Segundo denúncia, enquanto ministro, Guedes pode ter lucrado R$ 14 milhões com a valorização do dólar. Absurdo!

 

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