O Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Bradesco assinaram, no dia 9, acordo de cooperação técnica para a redução de litigiosidade e a racionalização dos processos do banco em trâmite na Corte, com possibilidade de extensão para todos os Tribunais Regionais do Trabalho. Atualmente, o banco é o primeiro no ranking dos maiores litigantes do país, com cerca de 58 mil processos em todo poder judiciário que lida com matérias relativas ao trabalho e suas relações.
O acordo pretende encerrar pelo menos 2.200 ações, das quase 7.500 que tramitam no próprio TST. Segundo o diretor-gerente do Bradesco, Aires Coelho Donizete, o banco revisou políticas internas e identificou oportunidades para encerrar processos dos quais já poderiam ter desistido. O critério de escolha avalia, por exemplo, temas e valores. “São processos que entendemos que não vale a pena esticar mais a litigância”, explicou.
Acordos com outros bancos
O Judiciário já buscou firmar esse tipo de acordo com outras instituições financeiras, como Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Segundo o vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, acordos como os realizados com os bancos públicos têm tido resultados “excepcionais”.
A Justiça do Trabalho promove anualmente em todo o país, um mutirão para solucionar o maior número de processos de forma consensual. Neste ano, a 7ª edição da Semana Nacional da Conciliação Trabalhista, realizada de 22 a 26 de maio, atendeu mais de 346,1 mil pessoas, realizou mais de 80 mil audiências e homologou 23.788 acordos, arrecadando mais de R$ 1 bilhão.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, enquanto o Bradesco não mudar sua conduta abusiva e depreciativa com os funcionários, essa medida para reduzir a litigiosidade será apenas “enxugar gelo”.
