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Moro mentiu em audiência no Senado

01/07/2019

Novas conversas entre o ex-juiz Sérgio Moro, agora ministro de Bolsonaro, e o coordenador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol, procurador do Ministério Público Federal, mostram que Moro mentiu em audiência no Senado Federal quando questionado sobre interferência na composição da bancada acusatória do processo do triplex contra o ex-presidente Lula. Essas novas conversas foram divulgadas pelo programa “O É da Coisa”, de Reinaldo Azevedo, no último dia 20.

Em conversas divulgadas pelo The Intercept Brasil anteriormente, Moro comentava sobre a atuação da procuradora Laura Tessler com Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato e também procuradora do Ministério Público Federal.

“Prezado, a colega Laura Tessler de vocês é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem. Favor manter reservada essa mensagem”, escreveu Moro a Deltan Dallagnol. O próprio pedido de manter a conversa reservada, demonstra que ela é inapropriada (veja abaixo).

Moro havia sido questionado sobre isso em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado no dia 19, mas negou interferência. No entanto, o desenrolar das conversas que vieram à tona agora mostra que isso não é verdade, pois 17 minutos após a mensagem do ex-juiz, Dallagnol teria encaminhado trecho da conversa ao procurador Carlos Fernando, que respondeu: “vamos ver como está a escala” e “fazer uma estratégia de inquisição”.

Curiosamente, após essa intervenção, a procuradora Laura Tessler continuou na operação Lava Jato, mas sem atuar na audiência de Lula.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região entende que, ao infringir a Constituição – que proíbe a mistura entre as figuras do acusador e do julgador e que proíbe o conluio de instâncias julgadoras (no caso, Ministério Público e juiz de primeira instância) –, criou-se um Estado paralelo, em que a legalidade depende das vontades, e não em que as vontades dependem da legalidade.

A preocupação do Sindicato é a institucionalização desse tipo de conduta, que, no caso, prejudicou Lula, mas que poderia ter prejudicado também outras pessoas em diferentes casos, ou se transformar em instrumento de perseguição política.


RELEMBRANDO: O Sindicato dos Bancários de Bauru é independente de patrão, partidos e governo. Todo governo que é contra os trabalhadores tem nossa oposição! Na foto, protesto de 2015 contra o governo Dilma.

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