O Itaú, um dos bancos mais lucrativos do país, vai começar 2026 fechando mais uma agência em um bairro popular de Bauru. A unidade da Duque de Caxias encerrará as atividades em janeiro, e os clientes serão direcionados para a agência central, na Ezequiel Ramos, já conhecida pelas longas filas que se estendem dentro e fora do prédio.
Mesmo antes do fechamento, os impactos já são evidentes. Com a migração de clientes, os funcionários da agência central ficarão ainda mais sobrecarregados, e o tempo de espera para atendimento deve aumentar consideravelmente.
Enquanto isso, na região sul da cidade, na Praça Portugal, o Itaú mantém duas agências: uma tradicional e outra Personnalité, voltada para quem ganha pelo menos R$ 15 mil por mês ou possui R$ 250 mil em investimentos. Em outras palavras, enquanto o “povão” enfrenta filas sob o sol, em pé e por horas, a clientela de alto padrão desfruta de atendimento VIP, com ar-condicionado, café expresso e total tranquilidade.
Elitização
Não é apenas o Itaú que está nesse processo de elitização. No dia 31 de outubro, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região realizou um ato itinerante denunciando a transformação da Praça Portugal em uma região voltada, praticamente, a clientes de alta renda. Durante o protesto, quem passava pelo local pôde degustar canapés, quiches e espumante sem álcool, uma crítica ao luxo reservado a poucos.

Bradesco Principal
Dois meses atrás, foi inaugurada na Praça Portugal a agência de alta renda “Bradesco Principal”, voltada a quem tem ganho mensal a partir de R$ 25 mil ou investimentos entre R$ 300 mil e R$ 10 milhões em produtos no banco. A nova unidade recém reformada e completamente sofisticada funciona no prédio onde era o Prime.

Santander “Work/Café”
Também na região, o Santander irá transformar a agência Select em um “Work/Café”, espaço que mistura cafeteria, coworking e atendimento bancário.
Essas transformações deixam claro que, apesar desses bancos alcançarem anualmente lucros bilionários, seguem cortando postos de trabalho e fechando agências nos bairros populares. No fim das contas, como sempre, são os trabalhadores e o povo quem pagam a conta.

Agência Altos será transformada em Work Café. Ato do Sindicato contou com a participação do “Sr. Satã”

