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Governo Temer avança sobre milhares de beneficiários do INSS

Grande maioria dos benefícios estão sendo cancelados, com evidentes casos de desrespeito e abuso

09/04/2018

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Uma “economia” de R$ 9,9 bilhões. Essa é a meta do governo Temer com o “pente fino” sobre os beneficiários do INSS, tanto os que recebem auxílio-doença quanto os que recebem aposentadoria por invalidez.

Em março, na segunda etapa do Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade (PRBI), mais 520 mil beneficiários foram convocados para a perícia médica. Desta vez, foram chamados os beneficiários do auxílio-doença que estão há mais de dois anos sem passar por perícia médica e os aposentados por invalidez com menos de 60 anos.

As convocações estão sendo feitas por carta e quem as recebe tem cinco dias úteis para agendar a perícia pelo número 135. O beneficiário que não fizer isso ou não comparecer na data agendada terá o benefício suspenso.

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região orienta que os bancários convocados procurem seus médicos para atualizar laudos e exames. E, em caso de dúvida, que entrem em contato com algum diretor da entidade.

Desde que começou, em 2016, o “pente fino” de Temer realizou 252.494 perícias, com 201.674 benefícios cancelados. “O alto número de cancelamentos deixa claras as intenções dessas novas perícias”, afirma Michele Montilha, funcionária da BV Financeira e diretora do Sindicato.

O governo Temer mais uma vez prejudica os trabalhadores ao optar por economizar dinheiro às custas da saúde de adoecidos, ao mesmo tempo em que perdoa dívidas bilionárias de bancos como Itaú e Santander e de tantas outras empresas, sem nos esquecer do quanto gastou em emendas parlamentares para evitar sua cassação.

 

 

As palavras acima são de um bancário diagnosticado com uma doença rara em setembro de 2009 e aposentado por invalidez em janeiro de 2014. Mesmo com inúmeros laudos e exames mostrando a sua limitação, o INSS, sem sequer olhar a documentação, o desaposentou, declarando-o apto a retornar ao trabalho.

A situação é tão absurda que nem sequer o banco sabe como proceder, já que o exame de retorno ao trabalho, obviamente, considerou-o inapto.

O bancário já entrou com um recurso junto ao INSS e também já ajuizou uma ação, por meio do Sindicato, pedindo a manutenção da sua aposentadoria. Infelizmente, até que saia a decisão, o bancário corre o risco de ter problemas com seu pagamento junto ao banco.

(Bancários na Luta nº 24)

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