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Em 5 anos, famílias donas do Itaú receberam R$ 9,1 bilhões

29/05/2018

Bancos: Itaú

Se tem um jogo que não muda no Brasil é o da lucratividade dos banqueiros. Uma reportagem publicada em 30 de abril no site da revista Exame revelou que, diante da pior recessão da nossa história, três das famílias mais ricas do país – Setubal, Villela e Moreira Salles – receberam R$ 9,1 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) da Itaú Unibanco Holding nos últimos cinco anos, período que incluiu dois anos seguidos de contração da economia. Um terço desses R$ 9,1 bilhões foi pago somente em 2017.

Com os lucros robustos e a expansão lenta dos empréstimos (por causa da situação econômica), o capital do Itaú foi se acumulando. Para não prejudicar a taxa de retorno, o banco tem devolvido capital aos acionistas. Para eles, o jogo também não precisa ser mudado.

Em 2017, pelo segundo ano consecutivo, o Itaú foi o maior pagador de dividendos e JCP entre as empresas de capital aberto do País. O banco pagou R$ 17,6 bilhões em proventos aos acionistas, 76% a mais do que no ano anterior e mais que o dobro da segunda maior pagadora de dividendos, a Ambev. Nos últimos cinco anos, o total distribuído em dividendos pelo Itaú somou R$ 46,6 bilhões.

Enquanto o montante pago pelo Itaú a seus acionistas mais que triplicou desde 2013, nas cinco maiores empresas não-financeiras do País por valor de mercado o volume pago em proventos recuou 40%. Neste período, tradicionais pagadoras de dividendos, como Vale e Petrobras, foram atingidas por crise econômica, escândalos e queda de preços do minério de ferro. Já a taxa de desemprego subiu de 5,6% em março de 2013 para 12,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A família Moreira Salles recebeu do Itaú R$ 4,12 bilhões em dinheiro ao longo de cinco anos, enquanto os Setubal levaram R$ 1,72 bilhão e os Villela, R$ 3,25 bilhões. O clã Moreira Salles tem participação indireta de 8,84% no banco por meio da holding Cia E. Johnston. Os Setubal e os Villela têm ações por meio da Itaúsa, que detém uma fatia de 37,6% no banco.

Outros ganhadores
As famílias não foram as únicas beneficiárias da montanha de dinheiro distribuída pelo Itaú. O banco tem 121 mil acionistas diretos e mais 1 milhão de brasileiros ganharam dividendos da instituição por meio de fundos que têm ações do banco, de acordo com cálculos da própria instituição. A Itaúsa, que também é listada na bolsa e distribui os dividendos que recebe do banco, tem aproximadamente 65.000 acionistas.

No fim de abril, a participação dos Moreira Salles no Itaú (8,8%) valia cerca de R$ 27 bilhões, a dos Setúbal na Itaúsa (11,9%) valia cerca de R$ 12 bilhões e a dos Villela (22,53%) valia R$ 22,7 bilhões.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, essa distorção, que permite ganhos tão exacerbados para os donos do sistema financeiro, é uma das principais causas da desigualdade social no Brasil.

Em ato realizado no dia 24, diretor Alexandre Morales denuncia a farra dos banqueiros no Brasil

(Bancários na Luta nº 30)

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