O ex-CEO do Santander e da Americanas, Sérgio Rial, tornou-se oficialmente réu em um dos processos que investigam o rombo contábil de R$ 40 bilhões na varejista. O processo administrativo partiu da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Rial é acusado de não ter feito uma “comunicação acessível ao público investidor”, em relação ao rombo contábil de R$ 40 bilhões no balanço da Americanas. A prática viola o artigo 155 da Lei das SA, sobre o dever de lealdade do administrador de companhia aberta. O executivo ficou por nove dias como CEO da empresa.
Informação maquiada
No dia 11 de janeiro, a Americanas, sob a gestão de Rial, divulgou um comunicado sobre a descoberta de “inconsistências em lançamentos contábeis” nos balanços corporativos, em um valor que chegaria a R$ 20 bilhões. No entanto, alguns dias depois, veio à tona o verdadeiro grau de endividamento da empresa: mais de RS 40 bilhões.
As inconsistências em questão foram ligadas a operações de risco sacado com bancos, que resultaram em um aumento substancial na dívida da empresa e redução do capital de giro.
No dia seguinte à revelação do rombo, as ações da Americanas despencaram quase 80% na bolsa de valores, maior queda diária de uma empresa de capital aberto desde 2008.
Renúncia
Em meio à crise, no dia 20 de janeiro, Rial renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração do Santander. Ele comandou o Santander por quase seis anos e deixou o cargo de CEO no início de 2022, mas continuava como presidente do conselho.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região é a favor das investigações e da punição de todos envolvidos. Caso Rial seja condenado, ele poderá sofrer desde multa até a suspensão da autorização ou registro para o exercício de suas atividades no mercado.