O Bradesco é historicamente conhecido como um banco que não permite que os trabalhadores adoeçam. Ao invés de promover um ambiente de trabalho saudável, a instituição pressiona os funcionários até eles desenvolverem problemas de saúde, tanto físicos quanto mentais. Neste mês, essa situação foi registrada na agência de Gália, onde um gerente geral foi demitido uma semana após retornar de licença médica.
Foram 15 anos de serviços prestados e, mesmo com tanto tempo de experiência e dedicação, o trabalhador foi jogado no olho da rua no momento em que mais precisava de acolhimento e respeito. Há pouco mais de um ano, ele foi transferido de Sorocaba para Gália, após a unidade ser fechada. Saiu da cidade mais populosa da região sudoeste paulista e mudou-se com toda a família para o município com pouco mais de 6 mil habitantes, apostando na continuidade de uma relação profissional construída ao longo de mais de uma década. Contudo, pouco tempo depois, devido à sobrecarga de trabalho, pressão excessiva e falta de reconhecimento, adoeceu e precisou se afastar por depressão.
Sem estabilidade
Apesar da doença ser facilmente caracterizada como ocupacional, o INSS concedeu ao trabalhador o auxílio-doença comum, que não garante estabilidade no emprego após o retorno. Sem qualquer empatia com o momento delicado e vulnerabilidade do gerente, o Bradesco aproveitou dessa brecha e o desligou.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê a estabilidade do auxílio-doença apenas para os casos de acidente ou doenças de trabalho, que são aqueles que ocorrem no exercício da atividade profissional ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho. Nesses casos, a estabilidade é de 12 meses após o fim do benefício.
Protesto
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região realizou um ato no dia 24, em Gália, para protestar contra a demissão e falta de humanidade do Bradesco. A entidade já está oferecendo apoio jurídico ao trabalhador e buscará sua reintegração, já que o banco se negou a reverter o desligamento administrativamente.
Tristeza profunda, desânimo, baixa autoestima, alterações no sono e apetite, queda na produtividade, fadiga e perda de interesse em atividades estão entre os sintomas da “doença do século”. Não é preciso ter depressão para se compadecer de quem enfrenta essa doença devastadora. Basta humanidade e, isso, o Bradesco definitivamente não tem!

Laura, diretora do Sindicato que foi liberada há pouco mais de uma semana, criticou irresponsabilidade e falta de empatia do Bradesco com o funcionário adoecido. Ela também ressaltou que a entidade disponibiliza atendimento psicológico gratuito aos bancários sindicalizados. Saiba mais: (14) 99868-5897.

No dia 24, o Sindicato realizou um ato em frente ao Bradesco de Gália, para denunciar o caso à população. Até o momento, o banco não nomeou um novo GG e apenas dois funcionários estão disponíveis para atender todo o público. A entidade cobrou solução imediata para a situação.