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Deputados cobram explicações sobre tráfico de influência de Michelle Bolsonaro na Caixa

07/10/2021

Bancos: Caixa Econômica Federal

Crédito: Crusoé

Deputados federais do PT apresentaram ontem (5) um requerimento de informações solicitando ao ministro da Economia, Paulo Guedes, esclarecimento a respeito de denúncias de uso da Caixa Econômica Federal pela esposa do presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro.

Segundo reportagem da revista Crusoé, Michelle teria atuado para liberar empréstimos da Caixa a comerciantes e pequenos empresários próximos da família presidencial. O esquema foi realizado junto ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães. A maioria das operações foi assinada em uma agência em Taguatinga, cidade vizinha a Brasília.

“A pedido da sra. Michelle Bolsonaro e conforme conversa telefônica entre ela e o presidente Pedro, encaminhamos os documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado crédito a juros baixos”, dizia o e-mail escrito pela assessora especial da Presidência da República, enviado à Caixa em maio passado.

Ainda segundo a revista que publicou a denúncia, os empréstimos aos amigos de Michelle Bolsonaro foram concedidos por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), lançado pelo governo para oferecer dinheiro com juros baixos e condições facilitadas a micro e pequenas empresas durante a pandemia de Covid-19.

O requerimento enviado à Guedes pelos deputados federais destaca que o presidente da Caixa concordou e se empenhou para “ilegalmente e criminosamente, privilegiar interesses privados da esposa do Presidente da República e deste (seus apoiadores), em detrimento da observância dos princípios da administração (moralidade e impessoalidade) e da legislação que deve nortear a concessão de créditos pela referida Instituição Financeira Pública”.

Para elucidar o caso, com base na Lei nº 12.527, que assegura o direito fundamental de acesso à informação, os deputados solicitaram “cópia dos e-mails ou correspondências similares recebidos pela Caixa, emitidos por Michelle Bolsonaro ou por sua assessoria, e informações sobre a abertura de processos de apuração interna relacionados à concessão de créditos, tramitação de processos em desacordo com os normativos e fluxos das operações de crédito do banco, descumprimento de ritos, tráfico de influência ou quaisquer outros motivos, instaurados para investigar desvios ocorridos nas concessões de crédito no âmbito da Caixa, em especial na Agência Taguatinga/DF”.

MPF

A Procuradoria da República do Distrito Federal decidiu investigar o caso e a apuração deverá ser feita no inquérito que investiga a suposta pressão política do presidente da Caixa sobre a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) a fim de impedir a entidade a aderir a um manifesto organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

De acordo com a reportagem da mesma revista, o senador Flávio Bolsonaro seria o responsável pelo direcionamento de mais de R$ 50 milhões (de um total de R$ 87,5 milhões) que a Caixa investiu em patrocínios, entre janeiro e agosto deste ano. Já Michelle Bolsonaro tem como foco beneficiar Organizações Não-Governamenais (ONGs) ligadas a igrejas evangélicas. Segundo a revista, uma associação beneficente, chamada “Criança Cidadã”, recebeu dois aportes do banco público: um de R$ 1,75 milhão, em 2019, e outro de R$ 2,2 milhões em abril deste ano.

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região repudia o esquema criminoso realizado por Michelle Bolsonaro e Pedro Guimarães. Ao contrário desses comerciantes e pequenos empresários que receberam uma “ajudinha” da primeira-dama e do presidente da Caixa, milhares de pequenas empresas que lutavam para impedir o fechamento dos negócios no auge da pandemia, tiveram dificuldade para obter acesso a linhas de crédito oficiais. Injustiça!

 

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