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Carteira que BB vendeu ao BTG pode render R$ 1,7 bilhão ao ex-banco de Paulo Guedes

09/09/2020

Bancos: Banco do Brasil

Numa reportagem exclusiva, a revista Fórum informou, em manchete, que “Compra de carteira de crédito do BB pelo BTG pode dar lucro de R$ 1,7 bilhão ao ex-banco de Guedes”.

Segundo a publicação, “a revelação foi feita por uma fonte do mercado financeiro que avaliou a carteira nos últimos anos”. Para essa fonte, a carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões que o Banco do Brasil vendeu ao BTG Pactual por R$ 371 milhões tem potencial de recuperação de 70%. Se essa estimativa se concretizar, o “ex-banco de Paulo Guedes” terá um lucro de R$ 1,659 bilhão com a operação.

Explicações

Procurado, o BTG enviou à Fórum a seguinte nota:

“Conforme já esclarecido pelo próprio Banco do Brasil em comunicado do dia 1º/7/2020, o BTG Pactual reforça que a aquisição da carteira de créditos inadimplentes mencionada pela reportagem se deu regularmente via processo de concorrência, no qual o BTG Pactual disputou com outras empresas especializadas neste mercado. O banco destaca ainda que a operação contou com o acompanhamento de consultoria externa.”

Já o BB enviou as seguintes explicações:

“1) A cessão da carteira ocorreu após processo de concorrência que contou com a participação de quatro empresas especializadas neste mercado. O cessionário escolhido foi aquele que apresentou a maior oferta de pagamento à vista e o maior percentual do rateio de prêmios futuros.

2) A precificação da operação, a avaliação de riscos e a evidenciação da vantajosidade econômica para o Banco do Brasil contaram com o acompanhamento de consultoria externa realizada pela empresa Pricewaterhouse Coopers.

3) Os créditos cedidos referem-se a operações que estavam inadimplentes, em média, há mais de seis anos. Do total, 98% já estava lançado em prejuízo e os 2% restantes contavam com provisões. Além disso, trata-se de um portfólio de operações ajuizadas, com processos judiciais iniciados há até 15 anos.

4) A parcela à vista que foi paga pela carteira superou a estimativa de recuperação desses créditos (à vista e a prazo) pelas esteiras do próprio Banco do Brasil e ainda agregou a expectativa de resultados futuros mediante compartilhamento de prêmios líquidos, sendo que os riscos são assumidos pelo Fundo adquirente.

5) A cessão da carteira terá impacto positivo no resultado financeiro do Banco do Brasil, calculado em R$ 371 milhões, antes dos impostos.”

Apesar das explicações, o deputado federal Glauber Rocha (PSOL-RJ) — que já tinha exigido esclarecimentos do BB logo que a história veio à tona —, considerou as respostas evasivas.

Por isso, segundo a revista, ele “protocolou um segundo requerimento de informações, mais detalhado, pedindo os laudos e documentos de avaliação que a consultoria fez, composição mais detalhada da carteira vendida, quem é a instância responsável por aprovar esse negócio no banco, se o BB será ressarcido das despesas de cobrança dos empréstimos que estão nessa carteira vendida, entre outros dados bem específicos”.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, essa transação é controversa, tanto é que, por abordá-la, o site de notícias GGN, do jornalista Luis Nassif, foi censurado pela Justiça, a pedido do BTG — teve de retirar do ar três matérias sobre o assunto. O Sindicato cobra apuração para saber se o valor do negócio está dentro da normalidade.

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