Em maio, o Santander começou a implementar um novo modelo de agência. Nele, as portas giratórias foram retiradas, novos terminais de autoatendimento (que fazem depósito imediato, sem envelope) foram instalados, e os caixas deixaram de existir. “Chamamos as estruturas de lojas, e não mais de agências”, disse o presidente do banco, Sérgio Rial, numa entrevista ao Estadão na ocasião. “O caixa continua existindo, mas não é mais uma pessoa”, explicou Rial.
No papel, tudo eficiente. Porém, a prática é outra. Desde que foi implementado esse novo modelo, as agências Altos da Cidade, Centro e Duque de Caxias, em Bauru, vivem abarrotadas, com filas de mais de uma hora. “A falta de bancários humanos é evidente”, afirma Maria Emília, funcionária do banco e diretora do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região.
Para denunciar à população a intenção do banco de dar atenção apenas à área comercial e o descaso com os bancários, que estão sobrecarregados (fazendo duas horas extras quase que diariamente), o Sindicato lançará a campanha “Santander desrespeita funcionários e população”. Haverá uma série de protestos, com fechamento de agências e a distribuição de um panfleto onde o cliente poderá interagir assinando um formulário direcionado ao presidente do banco exigindo mais contratações.
No primeiro semestre, o Santander lucrou R$ 6,82 bilhões no Brasil. O valor corresponde a 29% do lucro líquido do banco no mundo. Tamanha lucratividade garantiu a Sérgio Rial uma cadeira no comitê executivo global da instituição. Infelizmente, os bancários que produziram o lucro não têm o mesmo reconhecimento.